
Quem diria que uma xícara de café poderia inspirar tanto? Duas décadas depois, o Festival Vale do Café continua a encantar visitantes com sua mistura peculiar de história, cultura e paisagens que parecem saídas de um quadro. Dessa vez, as fazendas centenárias da região Sul Fluminense vão receber concertos que prometem arrancar suspiros até dos mais descrentes.
De 18 a 27 de julho, prepare-se para uma viagem no tempo. Imagine: violinos ecoando entre paredes de taipa, pianos de cauda em varandas coloniais e o cheiro de café fresco pairando no ar. Não é sonho não - é a programação cuidadosamente costurada pelos organizadores, que promete agradar desde os puristas da música erudita até os apaixonados pelo nosso chorinho.
O segredo da longevidade?
Perguntei a um dos produtores, entre um gole de café e outro: "É simples", ele disse, "a gente não vende ingresso, vende emoção". Faz sentido. Como esquecer aquele concerto ao pôr do sol na Fazenda Alliança em 2019, quando até os passarinhos calaram para ouvir o pianista?
Neste aniversário de 20 anos, a organização caprichou:
- 12 concertos em 6 propriedades históricas
- Orquestras de câmara que vão de Mozart a Pixinguinha
- Degustações de café produzido ali mesmo, no século XIX
- Ateliês que ensinam desde dança de salão até fabricação artesanal de instrumentos
Ah, e tem um detalhe que pouca gente sabe: algumas dessas fazendas só abrem ao público durante o festival. É ou não é motivo pra dar um pulo lá?
Para quem acha que cultura é coisa de museu
O festival prova justamente o contrário. Na Fazenda do Secretário, por exemplo, os concertos acontecem no mesmo salão onde princesa Isabel - sim, aquela mesma - costumava dançar polca. Dá pra sentir a história nos poros, juro.
E não pense que é só música clássica não. Na programação paralela tem desde rodas de samba até oficinas que ensinam crianças a transformar grãos de café em arte. "É nosso jeito de manter viva a memória do Vale do Café", explica uma das coordenadoras, enquanto ajusta as partituras para o concerto de abertura.
Falando nisso, os ingressos? Estão voando. A dica é correr antes que esgotem - principalmente para os eventos nas fazendas menores, onde a intimidade do ambiente transforma cada nota musical em algo quase palpável.