
E não é que o Carnaval de Salvador finalmente ganhou o respeito que merece? Depois de anos de espera — e muita folia, claro — o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) acabou de conceder ao evento o título de Manifestação Cultural do Brasil. Uma notícia que, convenhamos, era mais do que esperada.
O anúncio saiu nesta quinta-feira (25), mas a decisão já estava sendo gestada desde 2023, quando o processo de registro foi oficialmente aberto. E olha, não foi algo simples: envolveu pesquisas de campo, reuniões técnicas e, é claro, muita burocracia.
Mas o que muda, na prática? Bom, além do prestígio — que já é enorme —, o reconhecimento traz consigo uma série de responsabilidades. A festa agora entra para o Livro de Registro das Manifestações Lúdicas e Performativas, o que significa que políticas públicas de salvaguarda precisarão ser implementadas.
Um marco para a cultura popular
Não é exagero dizer que isso aqui é história pura. O Carnaval de Salvador não é apenas uma festa; é uma expressão viva da identidade baiana, um caldeirão de influências africanas, indígenas e europeias que fervilha nas ruas há décadas.
E pensar que tudo começou com os entrudos no século XIX, evoluiu para os corsos e depois desembocou nessa megaprodução de trios elétricos, afoxés e blocos afro que a gente conhece hoje. Incrível, não?
O que dizem os envolvidos
O presidente do IPHAN, Larissa Peixoto, não disfarçou o entusiasmo: "É o reconhecimento de uma das maiores expressões culturais do país". Já o secretário de Cultura da Bahia, Fabio São Paulo, falou em "reparação histórica" — e faz sentido, considerando a dimensão cultural da festa.
Mas talvez a voz mais importante venha mesmo dos foliões. Quem já pulou atrás de um trio elétrico sabe: tem algo de mágico, quase religioso, naquela experiência. É como se a cidade inteira respirasse música por uma semana.
E agora, com o título, espera-se que essa magia seja preservada para as futuras gerações. Porque carnaval — o verdadeiro — não é só diversão. É memória, é resistência, é identidade.
E Salvador, é claro, segue sendo a capital indiscutível dessa alegria.