
Imagine só: palco às escuras, milhares de vozes unidas e a energia mais pura do punk rock invadindo a noite. Foi exatamente isso que aconteceu em Santos, e Greg Graffin – ah, o lendário vocalista do Bad Religion – garante que foi absolutamente eletrizante.
Num daqueles momentos que só acontecem quando tudo dá errado, um apagão geral cortou a energia do show. Mas, em vez de vaias ou frustração, o que se viu foi algo digno de filme. A plateia, numa sintonia quase mágica, simplesmente continuou cantando as músicas no escuro. Sem banda, sem luz, só a voz da galera ecoando no teatro.
“Um dos mais marcantes da história da banda”, confessa Graffin
Numa conversa franca, quase descontraída, o cantor não disfarçou a admiração. “Cara, foi surreal. A gente fica anos na estrada, mas uma conexão daquelas… é rara.” E completa, com um tom de quem reviveu a cena: “Eles não pararam. Seguiram cantando como se o show precisasse continuar – e continuou, nas mãos deles.”
Não é todo dia que uma pane técnica vira o ápice de uma turnê. Mas no Brasil, parece que até os imprevistos viram histórias. A turnê “The Beatles Are Still Better Than You” mal podia imaginar que um blackout roubaria a cena – e de um jeito tão emocionante.
E o que ficou?
Além de um setlist incrível – com clássicos como “American Jesus” e “21st Century Digital Boy” –, ficou a prova de que certos momentos não se planejam. Eles simplesmente acontecem. E Santos, ah, Santos entrou de vez no mapa emocional do Bad Religion.
Graffin finalizou com um sorriso (dá pra ouvir pela entonação): “Isso mostra que a essência do rock’n’roll não tá na eletricidade… tá nas pessoas.”
E aí, concordam? Às vezes, são as falhas que fazem tudo perfeito.