Quem diria que aquela paixão de infância pelas festas juninas poderia render uns trocados a mais no final do mês? Pois é exatamente isso que um grupo animado de quadrilheiros está provando no coração de Roraima.
Enquanto o cheiro de pipoca e quentão toma conta do Parque Anauá, esses mestres da dança tradicional estão dando um show à parte. E o melhor? Estão transformando folia em faturamento.
Do pé de serra para o bolso
"A gente sempre dançou por amor, mas quando percebemos que podíamos ganhar com isso... foi tipo encontrar ouro no meio do arraial", conta Maria do Carmo, uma das veteranas do grupo, enquanto ajusta o vestido colorido cheio de babados.
O esquema é simples, mas genial:
- Apresentações pagas durante todo o período junino
- Workshops rápidos para turistas curiosos
- Venda de comidas típicas nos intervalos
E olha que não é pouco não. Alguns chegam a faturar quase um salário mínimo nesse período - dinheiro que, convenhamos, cai muito bem com os preços de tudo subindo.
O pulo do gato
O segredo, segundo João Batista (o "cabeça" do grupo), está na profissionalização do que antes era só diversão. "Contratamos um professor de dança pra aprimorar os passos, investimos nos figurinos... Quando a gente começou a tratar como negócio, o negócio deslanchou."
Mas não pense que ficou coisa de empresa séria não. A alegria continua a mesma - só que agora, com um gostinho a mais de conquista. "No final da festa, quando a gente divide os ganhos, é sempre aquela comemoração. Parece que o São João nunca acaba", ri Dona Francisca, a mais velha da turma.
E o melhor? Essa galera tá inspirando outros grupos pela cidade. Quem vê o sucesso deles já tá querendo entrar na dança - literalmente. Resta saber se vão conseguir acompanhar o ritmo desses mestres do forró.
