
A vida, às vezes, parece ter um senso de humor cruel. E foi com um aperto no coração que a cidade de Americana recebeu a notícia da morte de sua rainha da Festa do Peão de 2025, uma jovem de apenas 22 anos que lutou bravamente contra um câncer raro.
Ela não era apenas um rosto bonito no palco — era um furacão de energia, aquele tipo de pessoa que iluminava o ambiente só de entrar. Quem a conheceu garante: sua coragem diante da doença era de deixar qualquer um sem palavras.
Uma história que marcou a cidade
Lembro quando a vi pela primeira vez, durante os preparativos para a festa. Mesmo debilitada pelo tratamento, tinha um brilho nos olhos que desafiava qualquer prognóstico médico. "Não vou deixar isso me definir", disse numa daquelas frases que grudam na memória.
E não deixou. Durante seu reinado:
- Visitou crianças em tratamento no hospital local
- Criou uma vaquinha para pesquisas sobre cânceres raros
- Virou símbolo de resistência para toda a região
O que mais impressionava? A naturalidade com que transformava sua dor em força para os outros. "Se eu conseguir ajudar uma pessoa a não desistir, já valeu a pena", contou numa entrevista emocionante.
O adeus que ninguém queria dar
A notícia da morte veio na quarta-feira (23), mas o impacto ainda parece irreal. Nas redes sociais, a comoção foi imediata — posts, homenagens, memes engraçados que ela mesma teria adorado. Até os peões mais durões não conseguiram segurar as lágrimas.
"Ela tinha esse jeito único de fazer todo mundo se sentir especial", lembra uma amiga próxima, a voz embargada. "Até no pior dia, achava um motivo para sorrir."
O velório aconteceu no ginásio onde foi coroada, num daqueles detalhes poéticos que a vida às vezes permite. Centenas de pessoas compareceram, muitas vestindo roxo — sua cor preferida e símbolo da luta contra o câncer.
O legado que fica
Numa época onde influencers brigam por likes, ela mostrou que influência de verdade vem do coração. A família promete continuar seu trabalho com a vaquinha — que já ultrapassou R$ 200 mil — e transformá-la em instituto.
Enquanto isso, a organização da Festa do Peão anunciou que a edição de 2026 será em sua homenagem. "Ela personificava o espírito da nossa cultura caipira", declarou o presidente do evento, visivelmente emocionado.
Num mundo que muitas vezes parece cinza, histórias como a dela são faróis. E mesmo que a luz tenha se apagado cedo demais, o clarão que deixou ainda ilumina — e vai continuar iluminando por muito tempo.