
O palco da vida perdeu uma de suas estrelas mais brilhantes nesta quarta-feira. Angela Ro Ro, aquela mulher de voz aveludada e personalidade tão única quanto suas canções, partiu aos 75 anos. Três longos meses de internação no Hospital Samaritano, no Rio—que cidade mais adequada para abrigar seu espírito livre?—não foram suficientes para conter a deterioração de sua saúde.
E pensar que ainda semana passada eu ouvia "Simples Carinho" no rádio e me perguntava quando teríamos notícias novas dela. A vida prega essas peças cruéis.
Nascida Angela Maria Diniz Gonsalves em 1949—sim, ela escondia bem esses 75 anos—a artista construiu uma carreira que era pura autenticidade. Quem não se lembra do sucesso estrondoso de "Amiga" em 1979? A música explodiu nas paradas como fogos de artifício em noite de verão carioca.
Uma trajetória marcada por altos e baixos
Angela sempre foi transparente sobre suas batalhas. Depressão, vícios, internações psiquiátricas—ela enfrentou tudo com uma coragem que poucos têm. Em 2009, chegou a ser internada compulsoriamente após uma crise pública. Mas sempre ressurgia, como fênix das cinzas.
Seu último álbum, "Divina Sangria" (2019), mostrava que a chama criativa ainda ardia intensamente. Quatro décadas de carreira e a mulher ainda surpreendia.
O adeus das celebridades
As redes sociais já fervilham com homenagens. Desde fãs anônimos até colegas famosos—todo mundo tem uma história para contar sobre Angela. Ela era daquelas artistas que tocavam fundo na alma brasileira, sabe?
O velório acontecerá no Memorial do Carmo, no Centro do Rio, nesta quinta-feira. O céu ganhou hoje uma voz extraordinária—e o Brasil perdeu parte de sua identidade musical.