
Lembra daquele rostinho angelical que roubou a cena no filme 'A Viagem'? Pois é, a vida prega peças até nos mais talentosos. O ex-ator mirim, que preferiu não se identificar, foi flagrado recentemente trabalhando como vendedor ambulante nas ruas de São Paulo.
— Não é fácil, viu? — confessou ele, enquanto organizava seus produtos numa esquina movimentada. — As portas que um dia se abriram, hoje parecem trancadas a sete chaves.
Do estrelato ao anonimato
Quem diria que aquele menino cheio de luz no cinema acabaria assim? Depois do sucesso precoce, vieram as dificuldades. Sem novos projetos, ele tentou de tudo: desde aulas de teatro até bicos como garçom. Nada deu certo.
— As pessoas reconhecem meu rosto, mas ninguém lembra meu nome — disse, com um sorriso amargo. — É como se eu tivesse virado um fantasma da minha própria história.
A dura rotina
- Acorda às 5h para pegar o trem lotado
- Vende doces e bijuterias até o sol se por
- Às vezes, nem o almoço está garantido
E o pior? Alguns "fãs" tiram fotos sem pedir, como se ele fosse uma atração turística. "Dá pra acreditar?", questiona, enquanto arruma uma caixa de chocolates amassados.
O outro lado da fama
Especialistas alertam: o caso não é isolado. Muitas crianças artistas acabam marginalizadas quando o brilho dos holofotes some. Sem preparo emocional ou financeiro, a queda pode ser brutal.
— É um sistema que consome e descarta — analisa a psicóloga Mariana Campos. — Essas crianças precisam de acompanhamento, não apenas de aplausos.
Enquanto isso, nosso protagonista segue sua jornada. Entre um cliente e outro, ele ainda sonha com um novo papel. "Quem sabe um dia...", murmura, olhando para o céu. A esperança, pelo menos, ainda não abandonou o elenco.