Preta Gil chega ao Rio: Corpo da artista é recebido por familiares e fãs emocionados
Corpo de Preta Gil chega ao Rio entre homenagens

Era uma manhã cinzenta no Rio quando o avião que trazia o corpo de Preta Gil pousou no Aeroporto Santos Dumont. O silêncio pesado no saguão contrastava com a agitação usual da cidade — como se o mar de concreto também sentisse a falta dela.

Familiares chegaram antes do sol nascer, rostos marcados por noites sem dormir. Entre eles, Gilberto Gil — pai da artista — parecia carregar o peso do mundo nos ombros. "Ela era luz", disse alguém na multidão, enquanto flores caíam no chão molhado.

O último adeus

Do aeroporto até o centro velho, um cortejo discreto. Nem precisava de sirenes: as pessoas reconheciam aquele momento e se afastavam, como ondas abrindo caminho. Na capela, velas tremulavam com o vento que entrava pelas janelas abertas — cada chama contando uma história diferente.

  • Fãs trouxeram cartazes com letras de músicas
  • Vizinhos deixaram cravos brancos na calçada
  • Um senhor tocava violão discretamente no fundo

"Não é justo", murmurava uma jovem com rastafris tingidos de roxo — homenagem viva à irreverência de Preta. O Rio, que tantas vezes dançou com ela, agora parecia desconcertado. Até o Cristo Redentor lá em cima, de braços abertos, parecia querer abraçar a cena.

Legado que permanece

Enquanto isso, nas redes sociais, a comoção tomava proporções continentais. Memes transformados em memoriais digitais, vídeos antigos ressurgindo como fantasmas bons. Alguém lembrou do show em que ela parou a chuva com sua voz — ou será que foi a cidade que chorou junto naquele dia?

O velório acontecerá em local reservado para familiares e amigos próximos. Mas já se fala em um tributo público nos arcos da Lapa — onde tantas noites foram iluminadas por sua arte. Porque no fim, como dizia ela mesma numa de suas letras mais famosas: "A vida não para, mesmo quando a gente some".