
Imagine só: um grupo de comunicadores populares, câmeras na mão e cadernos a postos, navegando pelas águas escuras do Tapajós para entender na pele o que são os tais acordos de pesca. Pois é exatamente isso que rolou no último final de semana no PAE Lago Grande, em Santarém.
Não foi nenhum curso tradicional, daqueles com sala de aula e PowerPoint interminável. Que nada! A galera foi direto para o campo – ou melhor, para o rio – numa imersão que misturou teoria, prática e muito suor debaixo do sol quente do Pará.
Mão na Massa (e na Rede)
Os repórteres comunitários, que normalmente cobrem o dia a dia das suas comunidades, viraram aprendizes de pescador por um dia. E olha, não foi fácil não. Aprender a manusear redes, entender os períodos de defeso, conhecer as espécies que podem ou não ser pescadas – tudo isso faz parte dos acordos que mantêm o equilíbrio ambiental na região.
"A gente ouve falar, mas ver de perto é completamente diferente", comentou uma das participantes, ainda surpresa com a complexidade das regras que os pescadores seguem à risca. E não é por menos: esses acordos são construídos coletivamente há anos, num delicado equilíbrio entre necessidade econômica e preservação ambiental.
Troca que Transforma
O mais incrível dessa experiência foi a troca de saberes. De um lado, pescadores com décadas de experiência fluvial. Do outro, comunicadores cheios de curiosidade e smartphones. Juntos, descobriram novas formas de contar histórias que normalmente ficariam restritas às margens do rio.
E não pense que foi só conversa fiada. Os participantes saíram de lá com planos concretos: criar uma rede de comunicação entre as comunidades pesqueiras, produzir conteúdos em vídeo explicando os acordos de pesca para os mais jovens, e até mesmo um podcast direto das embarcações. Ambição? Pode chamar de insight mesmo!
O melhor de tudo? Essa vivência não terminou no domingo. Virou semente. Cada repórter voltou para sua comunidade com novas ideias e, mais importante, com a certeza de que sua voz importa na conservação desse ecossistema tão vital para a região.
Quem diria que pescaria renderia tanto conteúdo, hein? Às vezes as melhores histórias estão mesmo é debaixo d'água, esperando alguém com disposição para mergulhar fundo.