
Imagine caminhar mais de 40 mil quilômetros, cruzando continentes, enfrentando climas extremos e superando barreiras que parecem insuperáveis. Parece filme? Para Alexandre Sartorato, é realidade. O ultramaratonista brasileiro, com uma determinação que beira o inacreditável, está embarcando em sua segunda volta ao mundo a pé — e não, não é brincadeira.
Não é para qualquer um
Quem já correu uma meia-maratona sabe o cansaço que dá. Agora, multiplique isso por mil. Alexandre, que já completou uma circum-navegação a pé em 2019, está de volta aos trilhos — literalmente. Desta vez, ele leva na bagagem não apenas equipamentos, mas lições duras aprendidas na primeira jornada. "A mente cansa antes do corpo", revela, com a voz marcada pela experiência.
Entre os maiores obstáculos? Além das óbvias dores musculares e noites maldormidas, há situações que desafiam até o mais preparado dos atletas:
- Fronteiras burocráticas — alguns países simplesmente não acreditam que alguém faria isso "por esporte"
- Solidão extrema — dias sem ver uma alma viva, apenas estradas e paisagens
- Climas impiedosos — do calor do deserto ao frio siberiano, seu corpo vira um termômetro humano
"Por que fazer isso de novo?"
A pergunta que todos fazem. Alexandre ri antes de responder: "Porque está lá." Simples assim. Para ele, cada passo é uma descoberta — de lugares, de pessoas, mas principalmente de si mesmo. "Na primeira vez, eu queria provar que era possível. Agora, quero mostrar que o impossível é só questão de perspectiva", filosofa, entre um gole de água e o ajuste da mochila.
E os planos? Cruzar a América do Sul de norte a sul, depois saltar para a África, seguir pela Europa... Um roteiro que faria qualquer agência de turismo falir. Mas para Sartorato, o mapa é só um detalhe. O que importa mesmo é a jornada — aqueles momentos entre um passo e outro, onde a magia acontece.