
Quem diria que aquela garota que começou a remar quase por acaso nas águas da Lagoa da Conceição hoje carrega nas costas — ou melhor, nos braços — as esperanças de um país inteiro? A remadora de Florianópolis, cujo nome já ecoa entre os melhores do esporte nacional, acaba de garantir sua vaga no Campeonato Mundial de Remo, que acontecerá na Lituânia em 2025.
Não foi fácil. Entre treinos que começavam antes do sol nascer e noites de dores musculares que pareciam não ter fim, a atleta transformou suor em medalhas. "Às vezes achava que não dava mais", confessa ela, com aquela mistura de orgulho e alívio que só quem já superou limites entende.
Da Lagoa para o mundo
Florianópolis, com suas praias de cartão-postal, sempre foi mais conhecida pelo surf. Mas eis que surge uma estrela onde poucos esperavam: nas águas calmas da lagoa, longe das câmeras e holofotes. O remo, esporte que muitos associam a países de clima frio, encontrou na capital catarinense um terreno fértil — ou melhor, umas águas propícias.
O caminho até a seleção brasileira teve mais curvas que uma raia olímpica:
- Primeiros remadas ainda na adolescência, quase por brincadeira
- Descoberta do talento natural por um treinador atento
- Sacrifícios financeiros da família para custear equipamentos
- Primeira competição nacional — e a surpresa de chegar ao pódio
E agora? Agora é preparar as malas para a Europa, onde enfrentará os melhores remadores do planeta. "É surreal", admite a atleta, ainda meio sem acreditar que seu nome está na lista da seleção brasileira.
O que esperar do Mundial?
O evento na Lituânia promete ser um divisor de águas — com o perdão do trocadilho — para o remo brasileiro. Enquanto países como Alemanha e Grã-Bretanha dominam o esporte há décadas, o Brasil vem mostrando que tem força para nadar contra a maré (ou remar, no caso).
Especialistas apontam que a atleta catarinense tem um estilo único: técnica apurada combinada com uma resistência que deixa adversários de queixo caído. Não à toa, seus tempos nas eliminatórias chamaram atenção até de treinadores estrangeiros.
Enquanto isso, em Florianópolis, a comunidade do remo vibra. "Ela é a prova de que com determinação, até esportes menos visados podem revelar talentos extraordinários", comenta um veterano do clube onde tudo começou.