Zico faz apelo histórico: Flamengo deve ser reconhecido como nação pela ONU?
Zico: ONU deve reconhecer Flamengo como nação

Não é exagero, nem delírio de torcedor apaixonado. O que Zico propõe é, no fundo, o reconhecimento formal de uma realidade que qualquer um que entende de futebol já percebeu: o Flamengo não é um clube, é um fenômeno global. Uma força cultural que ignora mapas e fronteiras.

O Galinho de Quintino, sempre lúcido em suas análises, soltou essa bomba em uma entrevista que está dando o que falar. A ideia? Que as Nações Unidas considerem o Mengão como uma nação de fato. E olha, quando a gente para pra pensar, a coisa até que faz um certo sentido.

Um Exército de Milhões

O argumento central é de uma simplicidade brilhante. Como definir uma nação? Território, população, cultura própria. O Flamengo, convenhamos, tem os dois últimos de sobra. São mais de 40 milhões de almas espalhadas por este Brasilzão e pelo mundo, falando a mesma língua (a do amor pelo manto sagrado), compartilhando os mesmos rituais e uma identidade única.

É uma torcida que não cabe mais no Rio de Janeiro. Ela transbordou faz tempo. Você encontra rubro-negro no sertão nordestino, nos pampas gaúchos, nas comunidades brasileiras no exterior… é uma diáspora voluntária e apaixonada.

Mais que Futebol: Uma Potência Cultural

O ponto que Zico levanta – e que muita gente gente inteligente está começando a engolir – é que o clube movimenta uma economia bilionária, gera empregos, exporta cultura e é um dos maiores símbolos do Brasil no exterior. Quantos países reconhecidos oficialmente podem se orgulhar de ter uma influência tão palpável?

Não se trata de criar um passaporte ou uma moeda própria (embora a pergunta "quantos cruzeiros vale uma camisa do Adriano?" seja fascinante). Trata-se de dar um nome à magnitude de um sentimento que já existe. É colocar um selo de "verificado" naquilo que todo mundo já sabe.

Claro, os céticos vão torcer o nariz. Vão chamar de loucura, de exagero clubístico. Mas quantas ideias revolucionárias não foram chamadas de loucas num primeiro momento? A proposta mexe com definições antiquadas do que é um Estado-Nação no século XXI.

No fim das contas, Zico não está apenas defendendo seu clube do coração. Ele está, na verdade, provocando uma discussão filosófica e política das grandes. O que nos une como comunidade? O que define uma pátria no mundo moderno? Será que a linha que separa uma paixão esportiva avassaladora de um patriotismo genuíno é tão nítida assim?

Uma coisa é certa: a semente está plantada. E no Maracanã, ou em qualquer bar do mundo onde se reúna uma nação chamada Flamengo, a discussão já começou.