Arrascaeta confessa: 'Foco fica abalado com saída de Renato Gaúcho do Flamengo'
Arrascaeta admite dificuldade após saída de Renato Gaúcho

O clima no Ninho do Urubu não está dos mais tranquilos — e Arrascaeta, com a franqueza que lhe é peculiar, jogou luz sobre o turbilhão emocional que sacode o elenco rubro-negro. "É complicado, cara", solta o meia, esfregando os olhos como quem tenta apagar uma cena incômoda. "Quando o técnico que te entende como jogador vai embora, parece que o chão some."

Não é drama. É humanidade pura. O uruguaio — normalmente reservado — deixou escapar a vulnerabilidade que atletas costumam mascarar com clichês. E olha que ele nem é dos mais expansivos.

O peso da despedida

Renato Gaúcho não era só um estrategista. Era "aquele cara que sabia quando gritar e quando botar o braço no ombro", confidencia Arrascaeta entre uma pergunta e outra. A saída abrupta do treinador, após a sequência ruim de resultados, criou fissuras invisíveis no vestiário. E o camisa 14 sente na pele.

Mas atenção: isso não é desculpa. "Profissionalismo vem primeiro", crava ele, endireitando as costas. O problema? O cérebro humano não é um interruptor. "Você treina, joga, mas a cabeça fica remoendo..." — a voz some por dois segundos — "é automático."

O jogo interno

Enquanto a diretoria procura um novo comandante (e a torrada pega fogo nas redes sociais), os jogadores viram autômatos de concentração. Arrascaeta revela o truque: "Foco no próximo treino. Só no próximo. Se pensar no mês inteiro, enlouquece."

E o que dizer da pressão? Ah, essa não mudou. "Flamengo é Flamengo", ele ri, mordendo a ponta da frase. "A cobrança vem até do porteiro do CT." A diferença é que agora, sem o "professor" que o tirava da zona de conforto, o desafio é autoimposto.

Uma última coisa: o uruguaio garante que o elenco não está "de mimimi". Apenas humanos. Humanos que chutam bolas e carregam expectativas — às vezes pesadas demais.