
Quem esperava aquela escalação óbvia, com os mesmos nomes de sempre, se surpreendeu feio. Carlo Ancelotti, num daqueles movimentos que só os grandes técnicos se permitem, sacou do bolso um time praticamente novo para enfrentar o inferno da altitude boliviana.
La Paz não é brincadeira — a mais de 3.600 metros acima do mar, o ar some e as pernas pesam como chumbo. Sabendo disso, o italiano não quis arriscar seus principais astros num ambiente tão hostil. Afinal, o Brasil já está classificado, então por que não poupar e testar?
Mudanças em todas as linhas
O que se vê é uma escalação que beira o experimental. No gol, deve entrar um dos reservas — talvez Bento, talvez Rafael, quem sabe? A zaga também deve ter caras diferentes, com possibilidade de estreantes ou jogadores com poucas oportunidades até aqui.
No meio-campo e no ataque, a coisa fica ainda mais interessante. Ancelotti parece disposto a dar minutos àqueles que raramente entram em campo, mas que treinaram forte durante a semana. É a chance de ouro para alguns mostrarem que podem ser opção no futuro.
Estratégia ou preservação?
Alguns torcedores podem estranhar, claro. Time do Brasil tem que ser sempre forte, independente da situação, certo? Mas a verdade é que Ancelotti está pensando à frente. Preservar os titulares de um desgaste físico enorme — que pode render sequelas por semanas — é, sim, uma jogada inteligente.
Além do mais, que melhor oportunidade para testar alternativas do que num jogo de pressão moderada, já com a vaga garantida?
O time que entrar em campo em La Paz terá um sabor misto de curiosidade e surpresa. Será que os reservas vão corresponder? Conseguirão vencer onde até times fortíssimos sofreram?
Uma coisa é certa: com Ancelotti, o previsível fica para trás. E a gente curte isso.