
Não é de hoje que South Park mete o dedo na ferida da política americana, mas o último episódio foi de arrancar gargalhadas — e talvez alguns suspiros de indignação. A série, que sempre caminhou na linha tênue entre o genial e o polêmico, decidiu espetar Donald Trump com uma ironia que só os criadores Trey Parker e Matt Stone sabem entregar.
O que rolou? Bom, imagina só: Satanás, aquele mesmo, o capeta, aparece como um dos personagens centrais. E não é qualquer aparição. Ele está lá, todo pomposo, com aquele ar de quem sabe demais — e, claro, soltando indiretas que beiram o escancarado sobre o caso Jeffrey Epstein. Quem acompanha as notícias sabe do que estamos falando.
Trump no banco dos réus (de novo)
O ex-presidente americano, que nunca foi um anjo nas críticas da série, aparece como um alvo ainda mais exposto. A narrativa não chega a citar nomes, mas as referências são tão óbvias que até um tiozão distraído no sofá captaria a mensagem. South Park sempre teve esse dom: falar sem dizer, provocar sem apontar.
E não para por aí. O episódio ainda brinca com a ideia de que certas figuras públicas têm um "pacto" com o diabo — literalmente. Será que é só humor, ou será que os roteiristas estão sugerindo algo mais? Difícil dizer, mas a provocação está lá, fresquinha e pronta para gerar debates acalorados nas redes.
O timing perfeito (ou não?)
O que mais chama atenção é o timing. O episódio chega em um momento em que Trump está novamente no centro das atenções, seja por suas polêmicas eleitorais ou por seus julgamentos intermináveis. Coincidência? Improvável. South Park sempre teve um radar afiado para o que está fervendo na cultura pop.
E aí, será que essa sátira vai mudar algo? Provavelmente não. Mas, convenhamos, ver o ex-presidente sendo alvo de piadas no inferno — com direito a participação especial de Satanás — tem seu valor catártico. Pelo menos para quem não é fã do cara.
No fim das contas, o episódio é mais um daqueles momentos em que a série prova por que ainda é relevante depois de tantos anos. Política, escândalos e muito humor negro — a receita que nunca falha.