
Que o brasileiro adora um streaming, todo mundo sabe. Mas no Piauí, essa paixão parece ter um freio de arrumação — e os números provam. Segundo o IBGE, o estado registra o menor percentual de domicílios com TV que pagam por esses serviços no país. Algo em torno de 22,3%, enquanto a média nacional beira os 34,7%. Diferença que dá o que pensar.
E não, não é só uma questão de grana curta. A pesquisa aponta fatores curiosos: desde o hábito arraigado de assistir à programação aberta (aquela velha e boa TV de antena) até uma certa resistência cultural com plataformas digitais. "Aqui em Teresina, muita gente ainda prefere a novela das nove ao vivo, com direito a intervalo para o cafezinho", conta Maria do Carmo, dona de casa há 30 anos.
O que explica esse cenário?
- Custo-benefício: Com planos de internet ainda caros em algumas regiões, o pacote completo (TV + streaming) pesa no bolso
- Hábitos consolidados: Gerações acostumadas à TV tradicional relutam em mudar
- Oferta de conteúdo local: Canais regionais mantêm audiência cativa com programas hiperlocais
Mas calma, isso não significa que o Piauí vive na idade da pedra digital. Longe disso! O mesmo estudo mostra crescimento — ainda que tímido — na adoção desses serviços nos últimos dois anos. Principalmente entre o público jovem, que nem sabe mais o que é "hora do intervalo comercial".
E você? Acha que essa resistência piauiense vai durar ou é só questão de tempo até o streaming dominar até o último sertão? Uma coisa é certa: enquanto no resto do Brasil se discute qual plataforma assinar, no Piauí a pergunta ainda é "assinatura pra quê, se a TV já vem de graça?".