Cazuza: 35 anos sem o poeta do rock, um ícone que ainda pulsa no coração do Brasil
Cazuza: 35 anos sem o poeta do rock brasileiro

Passados 35 anos de sua morte, Cazuza continua a ecoar na cultura brasileira como um dos maiores poetas do rock nacional. Suas letras cruas, cheias de emoção e crítica social, seguem atuais, mas uma questão persiste: por que o artista não é celebrado como um ícone LGBT+?

O poeta que desafiou convenções

Nascido Agenor Miranda Araújo Neto, Cazuza revolucionou a música brasileira nos anos 1980. Com o Barão Vermelho e depois em carreira solo, ele trouxe para as rádios letras que falavam de amor, dor, política e sexualidade com uma franqueza até então inédita no mainstream.

"Sua coragem em ser quem era, num Brasil ainda muito conservador, foi revolucionária", analisa o professor de cultura brasileira Carlos Mendes.

Um legado que transcende gerações

Mesmo quem nasceu depois de sua morte, em 1990, conhece clássicos como:

  • "Exagerado"
  • "Brasil"
  • "O Tempo Não Para"

Suas músicas foram regravadas por diversos artistas e continuam presentes em trilhas sonoras de novelas e filmes.

A questão LGBT+: por que a resistência?

Embora abertamente bissexual em sua vida pessoal, Cazuza nunca fez da sexualidade o centro de sua obra. Especialistas apontam que isso, somado ao machismo estrutural na indústria musical, pode explicar por que ele não é amplamente reconhecido como ícone queer.

"Ele foi um pioneiro em viver sua verdade, mas o Brasil ainda estava - e está - aprendendo a lidar com essas questões", explica a pesquisadora Ana Lúcia Silva.

O eterno Cazuza

Seja como ícone LGBT+ ou simplesmente como um dos maiores compositores brasileiros, o fato é que Cazuza permanece vivo. Sua música, sua poesia e sua coragem continuam inspirando novas gerações de artistas e fãs.

Três décadas e meia depois, o tempo realmente não parou para o legado de Cazuza.