
Quem diria que um simples Fusca azul seria o sonho de consumo dos peões nos anos 80? Pois é, a Festa do Peão de Barretos - aquela que hoje distribui fortunas - já teve tempos bem mais modestos.
Enquanto hoje os competidores brigam por prêmios que beiram os R$ 1 milhão, nos primórdios da festa, nos anos 70 e 80, a coisa era bem diferente. "Meu pai chegou a ganhar uma TV de 14 polegadas em 1983", conta o peão aposentado João da Silva, 62 anos, entre risos. "Na época foi o máximo, a gente ficou uma semana sem dormir de tanta festa".
Do simples ao espetacular
Os prêmios da festa acompanharam a evolução do país - e do agronegócio. Se antes eram eletrodomésticos básicos ou um carro popular, hoje incluem:
- Prêmios em dinheiro que fazem qualquer um arrepiar
- Caminhonetes do ano
- Equipamentos profissionais de montaria
- Viagens internacionais para rodeios nos EUA
Nada mal, hein? E pensar que tudo começou com uma pequena reunião de peões no interior paulista...
O pulo do gato
O ano de 1995 marcou a virada. Foi quando os organizadores perceberam que precisavam "colocar a festa no mapa" - e começaram a oferecer prêmios que dessem o que falar. "Foi como tirar o cavalo da chuva", brinca o coordenador Antônio Carlos. "De repente, todo mundo queria participar".
E não é que deu certo? Hoje, a Festa do Peão de Barretos não só é a maior do gênero no Brasil como atrai competidores de todo o mundo. Quem diria que aquela pequena comemoração local se transformaria nesse gigante?
Ah, e pra quem acha que é só dinheiro: tem também a fama. Vencer em Barretos é como ganhar um Oscar no mundo country - abre portas, cria lendas e, claro, enche o ego. Como dizem por lá: "Ou você é bom, ou vai pra casa de ônibus".