
Salvador vai vibrar com mais um momento histórico! Carla Akotirene — aquela mulher que não cansa de transformar dor em luta — será agraciada com a Comenda Maria Quitéria. E olha só: a cerimônia rola no dia 26 de julho, data que já nasce carregada de simbolismo.
Quem acompanha o trabalho dela sabe: não é só uma homenagem, é um reconhecimento necessário. Aos 45 anos (mas com a energia de quem tem 20), essa baiana de fibra já virou referência nacional no combate ao racismo e machismo estrutural. Doutora em Estudos Feministas pela UFBA, ela faz da academia um território de resistência — sem perder o pé na realidade das periferias.
Por que essa comenda importa?
Maria Quitéria não foi à toa escolhida como símbolo. Primeira mulher a integrar o Exército Brasileiro em 1822, ela representa justamente o tipo de coragem que Carla carrega no DNA. A prefeitura, ao batizar a honraria assim, acerta em cheio: estamos falando de guerreiras que reescrevem a história.
- A comenda será entregue no Palácio Thomé de Souza, sede do governo municipal
- Outras 14 personalidades receberão distinções no mesmo evento
- Data coincide com o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha — sacou a importância?
"Quando me contaram, precisei respirar fundo", admitiu Carla em seu jeito característico de misturar erudição com gírias da quebrada. "Isso aqui é fruto do suor das minhas ancestrais — eu só seguro a ponte que elas construíram."
O legado que ecoa
Autora de obras fundamentais como "O que é Interseccionalidade?", Akotirene já tinha virado leitura obrigatória nas universidades. Agora, seu nome ganha os muros da cidade que a viu nascer. E Salvador — com seu 80% de população negra — não poderia ser palco mais perfeito.
Detalhe curioso: a cerimônia acontece justamente quando completam 200 anos da independência da Bahia. Coincidência? A gente duvida. Como diriam as mais velhas: "axé não se explica, se vive".