
Paris nunca foi tão brasileira. Num daqueles golpes de sorte que na verdade são fruto de décadas de suor, um dos nossos acabou de conquistar o que poucos artistas alcançam: um lugar permanente no templo sagrado da dança mundial.
O paulistano — sim, mais um talento exportado de São Paulo — acabou de assinar o contrato dos sonhos: vitalício com a Ópera Nacional de Paris. E olha que ele nem completou 30 anos! "Parece mentira", confessou o artista, ainda atordoado pela notícia. "Quando comecei na periferia, mal sabia que existia Paris."
Da quebrada para o palco mais cobiçado
Começou como tantos outros: aulas em projetos sociais, sapatilhas surradas, professores que acreditaram quando ninguém mais acreditava. Mas havia algo diferente nele — uma mistura explosiva de disciplina ferrenha com aquela ginga brasileira que os franceses nunca entenderam direito, mas adoraram.
"Ele dança como se estivesse desenhando no ar", descreveu um crítico local, completamente hipnotizado. E não foi só técnica — foi coração, foi entrega, foi aquela coisa indescritível que faz plateias inteiras segurarem a respiração.
O caminho até o contrato dos sonhos
- 2015: Primeira bolsa internacional após vencer competição no Rio
- 2018: Convidado como solista temporário na Ópera
- 2021: Críticas elogiosas no Festival de Avignon
- 2023: Nomeado dançarino principal da companhia
E agora, em 2025, o ápice: a segurança de um contrato que pouquíssimos recebem na história da instituição fundada por Luís XIV. "É como ganhar na loteria artística", brincou ele, ainda sem acreditar.
Mas loteria nada — foram 10 horas diárias de ensaio, lesões escondidas, saudades da família e aquela teimosia típica de quem nasce com um dom e se recusa a desperdiçá-lo. Paris pode ser a cidade-luz, mas essa estrela veio do Brasil para ficar.