Tubarão raríssimo é encontrado em Sergipe: 'É como ganhar na loteria da natureza', diz biólogo
Tubarão raríssimo encontrado em Sergipe surpreende cientistas

Parece coisa de filme, mas aconteceu de verdade: um tubarão que parece ter saído de um livro de ficção científica apareceu nas redes de pescadores em Sergipe. Não é todo dia que a natureza decide nos presentear com uma dessas — estamos falando do esquivo tubarão-duende, uma criatura que mais parece um fóssil nadando.

"É quase como encontrar uma agulha num palheiro subaquático", brinca o biólogo marinho Carlos Henrique, ainda atordoado pela descoberta. O animal, com seu focinho alongado e dentes que lembravam agulhas, foi encontrado a cerca de 15 km da costa. "Na minha carreira toda, nunca imaginei ver um desses vivo. É tipo ganhar na loteria da biodiversidade".

Um verdadeiro fóssil vivo

O tubarão-duende (Mitsukurina owstoni, para os íntimos) é tão raro que até os cientistas mais experientes ficam de queixo caído. Dizem que ele vagueia pelos oceanos desde a época dos dinossauros — e olha que não estamos exagerando. Com profundidades preferenciais que beiram os 1.200 metros, esse "fantasma dos mares" quase nunca aparece para dar o ar da graça.

O exemplar encontrado media cerca de 1,5 metro — um adolescente, pela escala da espécie. "O mais impressionante", conta o pesquisador, "é que ele estava em perfeito estado, o que é raríssimo quando esses animais aparecem". Normalmente, quando chegam à superfície, já estão em condições lastimáveis.

Por que essa descoberta é tão importante?

  • Caderno de anotações da evolução: Essa espécie é considerada um "fóssil vivo", mantendo características praticamente inalteradas por milhões de anos
  • Termômetro ambiental: Sua presença (ou ausência) diz muito sobre a saúde dos ecossistemas marinhos profundos
  • Quebra-cabeça científico: Cada novo exemplar encontrado ajuda a preencher lacunas no entendimento da biodiversidade oceânica

Os pescadores que encontraram o animal — que preferiram não se identificar, talvez sem acreditar na própria sorte — relataram que o tubarão ainda estava vivo quando o trouxeram a bordo. "Ele tinha uma cor rosada estranha e parecia... diferente de tudo que já vimos", contou um deles, ainda impressionado.

Infelizmente, o tubarão não resistiu e morreu pouco depois. Mas seu corpo foi imediatamente encaminhado para estudos — uma oportunidade de ouro para a ciência. "É triste, claro, mas agora podemos aprender muito com ele", explica o biólogo, visivelmente emocionado. "Cada escama, cada órgão conta uma história que remonta a eras geológicas."

E aí, será que o oceano ainda guarda outros segredos assim? Se tem uma coisa que essa descoberta prova, é que o mar sergipano — e os oceanos em geral — ainda têm muito a nos surpreender. Quem sabe quantos outros "fósseis vivos" estão por aí, nadando nas profundezas escuras, longe dos olhos humanos?