Sagui ameaçado de extinção sobrevive a atropelamento e recebe alta após 6 meses de tratamento em MG
Sagui ameaçado sobrevive a atropelamento em MG

Uma emocionante história de resiliência e esperança vem comovendo os amantes da fauna brasileira. Um sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), espécie criticamente ameaçada de extinção, recebeu alta veterinária após seis longos meses de tratamento intensivo. O primata havia sido vítima de um atropelamento na zona rural de Brazópolis, no Sul de Minas Gerais.

O resgate que mudou um destino

O animal foi encontrado em estado crítico por moradores da região, que imediatamente acionaram o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Instituto Estadual de Florestas (IEF). Ao chegar ao local, os técnicos constataram que o sagui apresentava múltiplas fraturas e necessitava de intervenção urgente.

"Quando o recebemos, suas chances de sobrevivência eram mínimas", relata um dos veterinários responsáveis pelo caso. "Além das fraturas, ele estava extremamente debilitado e desidratado. Foi um verdadeiro milagre têlo conosco até hoje".

Uma jornada de recuperação

O tratamento do pequeno primata incluiu:

  • Cirurgia ortopédica para correção das fraturas
  • Terapia com anti-inflamatórios e analgésicos
  • Sessões de fisioterapia regular
  • Alimentação especializada e suplementação nutricional
  • Período de observação em recinto adequado para reabilitação

Durante todo o processo, a equipe do CETAS acompanhou de perto a evolução do animal, celebrando cada pequeno progresso em sua recuperação.

Espécie em risco crítico

O sagui-da-serra-escuro é classificado como "criticamente em perigo" pela lista nacional de espécies ameaçadas. Estima-se que sua população tenha diminuído mais de 80% nos últimos 18 anos, principalmente devido à:

  1. Perda e fragmentação do habitat
  2. Atropelamentos em rodovias
  3. Competição com outras espécies de saguis
  4. Doenças transmitidas por animais domésticos

"Cada indivíduo salvo representa uma esperança para a preservação da espécie", destaca a bióloga responsável pelo centro de triagem.

O momento da liberdade

Após seis meses de cuidados intensivos, o sagui finalmente recebeu alta. Ele foi devolvido à natureza em uma área de preservação ambiental monitorada, onde poderá se reintegrar ao seu habitat natural.

"Ver um animal tão raro recuperar sua liberdade é a maior recompensa do nosso trabalho", emociona-se um dos tratadores. "Esperamos que ele tenha uma longa vida e contribua para a perpetuação de sua espécie".

O caso serve como alerta para a importância da conscientização sobre a fauna silvestre e os cuidados ao trafegar por regiões de preservação ambiental.