
Imagine só: uma tartaruga marinha baiana, perdida a milhares de quilômetros de casa, nas águas geladas da Argentina. Parece roteiro de filme, mas é a vida real de Jorge — sim, eles deram nome ao bichinho — que acabou virando uma pequena celebridade internacional.
Tudo começou quando pescadores argentinos acharam o quelônio — já meio fraquinho — nadando em círculos perto da costa. "Parecia um tanque de guerra em miniatura, só que mais lento e com cara de cansado", brincou um dos resgatistas, em entrevista.
De paciente a embaixador
O que se seguiu foi uma verdadeira maratona de cuidados:
- 3 meses de quarentena num centro especializado
- Tratamento com vitaminas e antibióticos
- Até sessões de fisioterapia aquática (sim, isso existe!)
Os veterinários contam que Jorge — batizado em homenagem ao técnico da equipe de resgate — tinha o temperamento de um idoso rabugento. "Dava mordidinhas de leve quando não queria ser incomodado", riem os cuidadores.
Operação retorno
A viagem de volta pro Brasil foi digna de astro do rock:
- Voo especial com climatização controlada
- Equipe veterinária acompanhando 24h
- Recepção com direito a fotógrafos na Bahia
"Ele merecia todo esse carinho", defende a bióloga Marina Silva (não, não é aquela). "Depois de tanto tempo longe, precisávamos garantir que a readaptação seria perfeita."
E o final? Feliz, como nos contos de fadas — só que com mais algas e menos beijos. Jorge foi solto numa área protegida da costa baiana, onde especialistas monitoram sua readaptação. Os últimos relatos dizem que ele já até arrumou uma turma de outras tartarugas pra bater papo.
Quem diria que um réptil poderia ensinar tanto sobre resiliência, né? Enquanto isso, a equipe de resgate já brinca que Jorge deveria ganhar um passaporte diplomático — afinal, uniu dois países numa causa nobre.