
Numa tarde como tantas outras no Lago Sul, o impensável aconteceu: três capivaras, esses bichos tão brasileiros quanto o samba no pé, foram atingidas por um veículo. A sorte? Estavam pertinho do Hospital Veterinário Público do DF, onde uma equipe de profissionais dedicados — uns verdadeiros anjos de jaleco — não mediram esforços para salvá-las.
"Quando chegaram, duas mal conseguiam se mover", conta a veterinária Luana Mendes, cujas olheiras denunciavam noites em claro. "Mas capivara é resistente que nem cupim de cerrado — em duas semanas, já estavam comendo capim como se nada tivesse acontecido."
O drama das vítimas silenciosas
O caso reacendeu um debate antigo na capital federal:
- Só este ano, 14 capivaras foram atropeladas nas redondezas do Lago Paranoá
- A velocidade permitida na via (60km/h) é considerada alta por biólogos
- Faltam passagens de fauna adequadas na região
"É como se jogássemos bichos numa rodovia e cruzássemos os dedos", dispara o ambientalista Rogério Silva, enquanto mostra fotos de outros animais que não tiveram a mesma sorte. "Essas três foram privilegiadas — chegaram vivas ao hospital."
O milagre da recuperação
No centro do drama, uma fêmea adulta com fratura na pata traseira chamou atenção. "Parecia caso perdido", admite o técnico Carlos Alberto. "Mas capivara tem uma capacidade de regeneração que deixaria o Wolverine com inveja."
Com:
- Fisioterapia aquática (sim, elas adoram!)
- Anti-inflamatórios específicos
- Dieta reforçada com frutas da época
...as pacientes surpreenderam até os mais experientes. "Na segunda semana, a mais machucada já tentava pular a cerca do recinto", ri a estagiária Juliana. "Tivemos que reforçar a segurança."
PS: As três serão soltas em área protegida assim que os exames finais confirmarem a recuperação total. E sim, vão ganhar nomes — sugestões estão sendo coletadas nas redes sociais do hospital.