Um filhote de baleia-franca-austral viveu momentos de tensão no litoral norte do Rio Grande do Sul nesta terça-feira (29). O animal encalhou duas vezes em apenas 20 minutos na praia de Tramandaí, em uma sequência dramática que mobilizou biólogos e banhistas.
O primeiro encalhe aconteceu por volta das 10h da manhã, quando o mamífero marinho, com aproximadamente 8 metros de comprimento, ficou preso na areia. Testemunhas gravaram cenas emocionantes do resgate inicial, onde voluntários se uniram para tentar ajudar o animal a retornar ao mar.
Drama se repete minutos depois
O que parecia ser um final feliz rapidamente se transformou em nova preocupação. Apenas 20 minutos após ser liberada, a baleia encalhou novamente em um ponto diferente da mesma praia. Desta vez, a situação exigiu uma operação mais complexa envolvendo especialistas.
Uma equipe do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi acionada para coordenar os trabalhos. Os biólogos avaliaram que se tratava de um filhote da espécie Eubalaena australis, conhecida como baleia-franca-austral.
Operação de resgate mobiliza especialistas
Os profissionais utilizaram técnicas específicas para o resgate do animal:
- Monitoramento constante do estado de saúde da baleia
- Uso de equipamentos adequados para movimentação
- Proteção do animal contra estresse e insolação
- Avaliação das condições do mar para o momento ideal de soltura
"É comum que filhotes, especialmente os mais jovens, tenham dificuldade de navegação em águas costeiras", explicou uma das biólogas envolvidas no resgate.
Estado de saúde do animal
Segundo os especialistas, a baleia apresentava bom estado nutricional e não tinha ferimentos aparentes. O principal desafio foi evitar que o animal sofresse com o estresse do encalhe repetido e com a exposição ao sol.
A maré alta foi crucial para o sucesso da operação, criando as condições ideais para que a baleia pudesse finalmente retornar ao seu habitat natural com segurança.
O episódio serve como alerta para a importância do trabalho de instituições especializadas no resgate de animais marinhos e da colaboração da população, que deve sempre acionar os órgãos competentes ao invés de tentar interferir sem orientação técnica.