
Numa operação que misturou sorte, denúncia anônima e muito trabalho de inteligência, agentes ambientais derrubaram mais um esquema de tráfico de fauna no coração da Amazônia. A cena — digna de filme de ação — aconteceu no meio do rio, onde duas canoas carregadas até a boca com 24 quelônios de diferentes espécies tentavam passar despercebidas.
"Parecia aquelas cenas de filme onde os caras acham que ninguém vai perceber uma canoa afundando de tanto bicho", contou um dos fiscais que pediu para não ser identificado. Os animais, todos vivos (graças a Deus!), estavam amontoados como latas de sardina — alguns até empilhados uns sobre os outros. Claramente, o bem-estar dos bichos era a última preocupação dos traficantes.
Operação foi resultado de denúncia
Segundo o Batalhão Ambiental, a operação não foi por acaso. Uma ligação anônima — daquelas que mudam tudo — deu o pontapé inicial. "A população está cada vez mais consciente", comemorou o tenente responsável pela ação, enquanto mostrava fotos chocantes dos animais resgatados.
Os quelônios, entre jabutis e tracajás (espécies típicas da região), agora estão sob cuidados especiais. Vão passar por avaliação veterinária antes de serem devolvidos à natureza — porque sim, esse ainda é o melhor final feliz possível.
Problema antigo, soluções novas
O tráfico de animais silvestres na Amazônia não é novidade para ninguém. Mas o que choca é a cara de pau: transportar os bichos à luz do dia, sem qualquer cuidado. "É como se achassem que a lei não existe", disparou uma bióloga do Ibama, visivelmente irritada com a situação.
Para piorar, muitos desses animais são vendidos como "pet" ou viram ingrediente de pratos exóticos. Uma tradição que, convenhamos, já deveria ter virado peça de museu.
A multa para esse tipo de crime? Pode chegar a R$ 5 mil por animal — sem contar a possibilidade de cadeia. Mas será que isso assusta os criminosos? Difícil dizer. O que sabemos é que, dessa vez, pelo menos 24 vidas foram salvas.