Não foi a primeira vez que o barulho virou motivo de briga naquele prédio — mas ninguém esperava que terminasse com um tiro. Na noite de quarta-feira (31), um homem de 45 anos disparou contra a vizinha, de 38, após uma discussão acalorada sobre o volume da música no bairro Boqueirão, em Curitiba.
Segundo testemunhas, o clima já estava pesado há semanas. "Ele reclamava toda vez que ela colocava um pagode, dizia que não aguentava mais", contou um morador que preferiu não se identificar. O que começou com bate-boca no corredor escalou para algo pior: o suspeito teria ido buscar a arma após a discussão.
O momento do crime
Por volta das 22h, a vítima — que trabalhava como cabeleireira — voltava para casa quando foi surpreendida. "Ouvi um estouro e pensei que fosse foguete", relatou uma adolescente do terceiro andar. A vizinha levou um tiro no braço e foi socorrida às pressas. O agressor fugiu, mas a polícia já sabe quem é.
Detalhe macabro: o celular da mulher continuava tocando "Evidências" no chão do estacionamento quando os bombeiros chegaram. A cena, digna de roteiro de filme policial, deixou até os agentes mais experientes arrepiados.
Reação dos moradores
No dia seguinte, o silêncio no condomínio era quase palpável. "A gente vive com medo dessas explosões de violência", desabafou uma senhora de 62 anos, enquanto arrumava as plantas na varanda. Outros vizinhos comentavam, em voz baixa, que já haviam percebido "um temperamento explosivo" no acusado.
O caso — que lembra aquelas notícias que a gente acha que só vê na TV — levantou debates sobre até onde vai a paciência entre vizinhos. Afinal, em uma cidade onde o estresse urbano já bate recordes, será que vale a pena perder a cabeça por causa de decibéis?
A polícia procura o suspeito, que pode responder por tentativa de homicídio. Enquanto isso, a vítima passa bem — mas dificilmente esquecerá o dia em que uma simples discussão por barulho quase lhe custou a vida.
