Jovem é executado a tiros enquanto trabalhava em obra na Zona Sul de Teresina
Jovem morto a tiros em obra na Zona Sul de Teresina

Era pra ser mais um dia normal de trabalho. O sol escaldante do meio-dia em Teresina, aquele calor que parece derreter o asfalto, e ele lá, suando a camisa numa obra na Zona Sul. De repente — ninguém esperava — os tiros. Dez, pelo menos. O barulho ecoou entre os prédios inacabados como se fosse um trovão seco, sem chuva pra aliviar.

Os colegas correram, é claro. Mas já era tarde. O jovem — ainda não se sabe o nome completo — estava estirado no chão de concreto, a ferrugem das barras de aço misturada com algo mais vermelho. A cena era daquelas que ficam na retina: capacete jogado de lado, a marmita intacta, um celular que ainda piscava com alguma notificação.

O que se sabe até agora

A polícia chegou rápido, mas os suspeitos? Sumiram feito fumaça. Nenhuma testemunha viu direito os atiradores — "Foi tudo muito rápido", disse um pedreiro, as mãos ainda tremendo. Os investigadores recolheram as cápsulas no local. Calibre .40, segundo os peritos. Arma de bandido grande ou policial, como dizem por aqui.

  • Horário: Por volta do meio-dia, quando o movimento na região é intenso
  • Local: Obra residencial na Zona Sul, área de expansão da cidade
  • Vítima: Homem jovem, entre 25 e 30 anos, ainda não identificado oficialmente

E agora? A pergunta que fica. O canteiro de obras virou cenário de crime, os operários estão com medo de voltar, e a família — ah, a família — deve estar naquela agonia de esperar a notícia oficial. Enquanto isso, a cidade segue como se nada tivesse acontecido. Como sempre.

O padrão que se repete

Não é o primeiro caso assim em Teresina esse ano. Só em julho, três homicídios com características parecidas: execução, hora do almoço, vítimas trabalhadoras. A delegacia especializada já fala em possível ligação, mas não quer "criar alarde", como disse um delegado que preferiu não se identificar.

Os moradores da região, esses sim, estão alarmados. "A gente sai de casa pra ganhar o pão e pode não voltar", desabafa uma comerciante que pediu anonimato. O medo é companheiro diário, mas a vida — dura, real — exige que se continue.