
Numa noite que prometia ser como qualquer outra no tranquilo bairro acreano, o silêncio foi rompido por disparos que ecoaram na madrugada. A cena que se seguiu foi digna dos piores pesadelos: um homem, ainda em sono profundo no sofá da varanda, foi alvejado múltiplas vezes.
Segundo vizinhos — aqueles que conseguiram dormir depois do ocorrido —, tudo aconteceu por volta das 3h da manhã. "Parecia fogos de artifício no início", contou uma moradora que preferiu não se identificar, voz ainda trêmula. "Até que ouvimos os gritos..."
O que se sabe até agora
A polícia chegou rápido, mas não rápido o suficiente. O autor (ou autores?) do crime já havia desaparecido na escuridão, deixando para trás apenas:
- Cinco cápsulas de pistola 9mm
- Marcas de pneus na rua de terra
- Mais perguntas do que respostas
O delegado responsável pelo caso, em entrevista breve, foi direto: "Trabalhamos com duas linhas principais — acerto de contas ou caso passional. Mas é cedo para afirmar qualquer coisa".
Um detalhe perturbador
A vítima, cujo nome será divulgado após notificação da família, estava de pijama. Tinha até um copo de suco meio cheio na mesa ao lado. Esses pequenos detalhes do cotidiano interrompido brutalmente são o que mais cortam o coração.
Moradores da região, entre choque e revolta, já falam em criar um grupo de vigilância comunitária. "A gente se sente um alvo fácil aqui", desabafa um comerciante local, enquanto acende a décima cigarro da manhã.
Enquanto isso, no IML, peritos trabalham para reconstruir os últimos momentos da vítima. A balística preliminar sugete que os tiros foram disparados de curta distância — o que não combina com a história do "crime encomendado".
O Acre, que normalmente aparece nas notícias por questões ambientais ou culturais, hoje chora mais um caso de violência urbana que poderia — deveria — ter sido evitado.