
Imagine uma sala escura, onde predadores se escondem atrás de avatares coloridos. Foi assim que a polícia de São Paulo descobriu um cenário perturbador: pelo menos 700 crianças e adolescentes vítimas de exploração sexual na internet. Meninos e meninas, alguns mal saíram da infância, sendo aliciados em plataformas que todos usamos diariamente.
O lado sombrio da conectividade
Os investigadores mergulharam num mundo paralelo — aquele que fica do outro lado da tela do celular. Plataformas de jogos, redes sociais e aplicativos de mensagem viraram terreno fértil para criminosos. E o pior? Muitas famílias nem desconfiam do perigo.
"É assustador como eles se aproximam", revela um delegado que preferiu não se identificar. Primeiro vem o "oi", depois os emojis, até que a conversa toma rumos obscuros. Alguns criminosos chegam a fingir ser crianças para ganhar confiança.
Como proteger os pequenos?
- Diálogo aberto sobre os riscos da internet
- Configurações de privacidade sempre atualizadas
- Atenção redobrada a mudanças de comportamento
- Limites claros no tempo de tela
Psicólogos alertam: o trauma pode durar décadas. "São marcas que não aparecem no corpo, mas corroem a alma", explica Dra. Fernanda Castro, especialista em saúde mental infantil. Algumas vítimas desenvolvem problemas que as acompanham até a vida adulta.
A operação policial — uma das maiores do tipo no Brasil — ainda está em andamento. Novas prisões devem acontecer nas próximas semanas. Enquanto isso, o conselho é simples: fique atento. Aquele jogo inocente pode esconder perigos reais.