
Era pra ser mais uma noite qualquer no Cinturão Verde, bairro tranquilo — pelo menos até onde a memória recente alcança. Mas o silêncio da madrugada de quinta-feira (17) foi rasgado por estampidos secos. Não eram fogos. Quem conhece o som sabe: era açoite de balas.
Quando os vizinhos se atreveram a espiar, já era tarde. No chão, um homem — identidade ainda não revelada — jazia em poça vermelha, vitimado por múltiplos tiros. "Parecia que tinham querido acabar com ele", sussurra uma senhora, recusando-se a dar o nome. "A gente ouviu o barulho, mas ninguém tem coragem de se meter."
O que se sabe até agora?
Segundo fontes da Delegacia Geral, a vítima estava na calçada de casa por volta das 22h quando foi surpreendida. Os atiradores chegaram em um veículo escuro (modelo? placa? ninguém viu direito — ou ninguém quer falar). Três testemunhas confirmam ter ouvido pelo menos oito disparos. Precisão cirúrgica: todos na região torácica.
Os agentes encontraram dez cápsulas de pistola calibre 9mm. "Isso aqui tá virando terra sem lei", resmunga um PM que pediu anonimato. "Quando a gente chega, só sobra o corpo e o cheiro de pólvora."
Reação da comunidade
- Comércios próximos fecharam mais cedo na sexta-feira
- Grupo de WhatsApp do bairro fervilha com teorias — desde dívida de drogas até acerto de contas
- Uma igreja local organiza vigília contra a violência
E enquanto isso? A Secretaria de Segurança promete "reforço no patrulhamento" — aquela velha promessa que todo mundo já decorou. Mas os moradores, esses estão é pensando em grades mais altas e câmeras. Ou em mudar de cidade. Quem pode, claro.
Ah, e o corpo? Levado para o IML. Família? Ninguém se manifestou ainda. E o caso? Engavetado como tantos outros antes mesmo de esfriar o cadáver. Assim segue Boa Vista: entre o medo, a revolta e a resignação de quem já perdeu a conta dos tiros que ouviu — e dos que ainda vai ouvir.