Parece que virou moda — e das ruins. Logo ali na Domingos Olímpio, uma das avenidas mais movimentadas do Centro de Fortaleza, as grades de proteção da ciclovia sumiram de novo. Sim, outra vez. Quem passa por lá nem se espanta mais: é aquela sensação de "já vi esse filme".
Dessa vez, o estrago foi entre as ruas General Sampaio e Castro e Silva. Várias placas metálicas, aquelas que separam os ciclistas do trânsito pesado, foram levadas. Sumiram. Deixaram para trás só os parafusos soltos e um vazio perigoso.
E não é de hoje. A Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos (SCSP) confirmou que já tem ciência do problema — que, diga-se, é recorrente. Em nota, informaram que vistoriarão o local e adotarão "as providências necessárias". Mas a pergunta que fica é: até quando?
Um problema que pede rodas… mas não só
Quem usa a ciclovia daily, seja para trabalhar ou estudar, já sente na pele — ou nas rodas — o risco. Sem a proteção lateral, o trajeto vira quase um ato de equilíbrio entre carros, ônibus e a falta de espaço.
E não é só incômodo: é perigo real. Um desvio inesperado, um motorista distraído… basta um segundo para o pior acontecer. E olha, a gente sabe que segurança viária não é brincadeira — ainda mais numa cidade que já vive sob o signo do trânsito intenso.
Alguns moradores reclamam que a situação se arrasta há meses. Tem gente que já nem espera mais por uma solução definitiva. "É sempre assim: consertam, roubam, consertam de novo. Parece um ciclo sem fim", comenta um ciclista que preferiu não se identificar.
Além do metal: o que está por trás dos furtos?
Ninguém rouba placas de metal só por esporte. Há todo um mercado informal — para não dizer ilegal — que absorve esse tipo de material. Ferro velho, sucata, reciclagem de má-fé… as possibilidades são várias.
E enquanto isso, a cidade paga a conta. Literalmente. Cada placa furtada é um gasto a mais para os cofres públicos, um serviço remarcado, uma prioridade rearrumada. E no meio disso tudo, quem precisa pedalar todo dia segue vulnerável.
Fortaleza tem investido em mobilidade urbana — isso é fato. Mas será que a manutenção e a segurança dessas estruturas estão acompanhando o mesmo ritmo? Difícil dizer.
Por enquanto, o que resta é alertar: se você circula de bike pela Domingos Olímpio, redobre a atenção. E se vir algo suspeito, não pense duas vezes — acione a SCSP ou até mesmo a Guarda Municipal. Às vezes, a diferença entre o roubo e a apreensão está num olhar mais atento.
Esperamos que, dessa vez, a resposta seja mais rápida — e, quem sabe, mais duradoura.
