Era uma noite como qualquer outra na Zona Norte da capital paulista — até que o barulho de vidros estilhaçados cortou o ar. Dessa vez, não foi um acidente de trânsito ou obra malfeita: era mais um capítulo da onda de ataques a coletivos que tem tirado o sono de passageiros e da polícia.
O oitavo integrante dessa turma pouco recomendável acabou detido na região do Tremembé, flagrado com as mãos literalmente na massa — ou melhor, nas pedras. Segundo relatos, ele arremessou várias contra um ônibus quase vazio, por volta das 23h. Sortudo? Nem tanto. Dois PMs que faziam ronda extra justamente por causa dos casos recentes viram tudo.
"Não fui eu" não colou
Quando abordado, o suspeito — um cara de 22 anos que, digamos, não parecia estar tendo seu melhor dia — tentou a velha desculpa esfarrapada. Mas convenhamos: estar ao lado de uma pilha de pedras com as marcas frescas no veículo não ajuda na credibilidade. Foi levado pra delegacia sem direito a drama.
Curiosamente, os outros sete já presos têm perfis parecidos: jovens, moradores da região e, pelo visto, com uma estranha fixação por vandalismo noturno. Será moda perigosa ou algo mais organizado? A polícia ainda tenta conectar os pontos.
Ônibus viram alvo fácil
Desde maio, pelo menos 15 ocorrências assim foram registradas — sempre no mesmo estilo: pedradas contra vidros laterais ou traseiros, geralmente depois das 22h. Ninguém se feriu gravemente ainda, mas o prejuízo? Só nessa última, o conserto deve custar uns R$ 5 mil.
Os motoristas, é claro, estão em alerta máximo. "Parece que voltamos aos anos 80, quando isso era rotina", reclama um condutor de linha que prefere não se identificar. Ele tem razão: nos últimos dois meses, a SPTrans registrou danos em 23 veículos.
Enquanto isso, a PM promete manter o esquema especial com viaturas extras e abordagens em pontos estratégicos. Resta saber se a medida será suficiente para frear essa onda bizarra — ou se o nono "artista" já está escolhendo suas pedras.
