
Eis que uma discussão besta de trânsito, daquelas que acontecem todo dia, vira o estopim de uma cena de horror no Rio. Na noite de sábado, um cabo da PM — sim, um homem fardado que deveria proteger — puxa uma arma e dispara contra um entregador do iFood. O motivo? Uma fechada no trânsito. Parece inacreditável, mas aconteceu.
O entregador, um herói anônimo do asfalto que lutava pelo seu ganha-pão, levou um tiro na perna. A sorte é que não foi algo pior. Ele foi parar no Hospital Municipal Salgado Filho, conseguiu atendimento e, pasme, já recebeu alta. Que alívio, não?
O policial, por sua vez, não teve essa sorte toda. A justiça — que às vezes até tarda, mas não falha — o enquadrou na medida certa: tentativa de homicídio. A delegada Mariana Laloni, da 34ª DP (Campo Grande), não perdeu tempo e cravou a prisão preventiva. Agora ele responde ao crime atrás das grades.
E olha só como o mundo dá voltas: testemunhas que viram tudo não ficaram caladas. Elas garantiram que o agressor estava mesmo fardado e agiu como se estivesse acima da lei. A vítima, coitada, nem sabia com quem estava lidando.
O caso escancara, de novo, uma ferida que não cicatriza: o abuso de autoridade. Um profissional que jura proteger a população usando a arma para settle uma rixa de trânsito? É de cortar o coração. A PM já soltou uma nota dizendo que vai apurar o caso e que o policial vai responder num processo administrativo também. Ou seja, o problema é dele.
Enquanto isso, o entregador, vítima de um dia horrível, segue sua vida. Quem diria que fazer um delivery poderia ser tão perigoso? O Rio, mais uma vez, mostra suas contradições. E a gente fica aqui torcendo para que a justiça prevaleça — de verdade.