Policial que assassinou marceneiro negro com tiro na cabeça é preso em São Paulo — caso choca a capital
PM preso por matar marceneiro negro com tiro na cabeça em SP

Numa madrugada que parecia comum na Zona Leste de São Paulo, a rotina virou tragédia. Um PM — cujo nome ainda não foi divulgado — disparou contra um marceneiro negro, de 32 anos, durante uma abordagem que, segundo testemunhas, começou com gritos e terminou com um tiro na cabeça. O homem, que trabalhava com móveis sob encomenda, não resistiu.

O caso, que lembra outros episódios sombrios de violência policial, explodiu nas redes sociais antes mesmo de chegar às delegacias. Moradores da região gravaram cenas caóticas: o policial, visivelmente alterado, tentando justificar o disparo enquanto a vítima agonizava no chão. "Ele não estava armado", repete uma vizinha, ainda em choque. "Só tinha uma chave de fenda no bolso — ferramenta de trabalho."

A prisão: silêncio e revolta

Horas depois, o PM foi preso em sua própria casa, no bairro de Guaianases. A cena foi filmada por vizinhos curiosos: agentes da Corregedoria entraram sem alarde, enquanto o acusado — de uniforme manchado — não esboçava reação. "Parecia que já sabia que iriam buscá-lo", comentou um delegado sob condição de anonimato.

O que mais chocou:

  • O policial tinha 12 anos de corporação e histórico limpo
  • A arma usada era a de serviço, registrada
  • Nenhum objeto roubado foi encontrado com a vítima

Enquanto isso, na porta do IML, familiares do marceneiro aguardavam em silêncio. A irmã mais nova, de 17 anos, segurava uma foto dele sorrindo — mesma expressão que estampava seu perfil no WhatsApp. "Ele fazia berços para bebês de mães carentes", contou, entre lágrimas. "Chamavam ele de 'mão de ouro' na comunidade."

Perguntas sem resposta

A versão do PM? Alega "legítima defesa" — diz que o marceneiro teria feito movimento brusco. Só que... as câmeras de segurança do local estavam quebradas há meses (coincidência?). E três testemunhas juram que o homem levantou as mãos antes do disparo.

O caso agora está nas mãos do Ministério Público, que já classificou o ato como "homicídio qualificado". Enquanto isso, coletivos negros organizam um ato na Praça da Sé — vão cobrar justiça e lembrar um nome que, infelizmente, se junta a uma lista longa demais.