As imagens são de cortar o coração — e o debate que geram, mais ainda. Uma câmera acoplada ao uniforme de um policial militar registrou o que parece ser, sem rodeios, uma execução sumária. O vídeo, que circula entre autoridades e veículos de imprensa, mostra um suspeito já rendido, de joelhos e com as mãos para trás, sendo alvejado a queima-roupa por um PM durante operação em Paraisópolis, zona sul de São Paulo.
Segundo testemunhas — que preferiram não se identificar, claro —, o homem não representava ameaça no momento dos disparos. "Tava quieto, obedecendo tudo. Até fechou os olhos quando ouviu o tiro", relata um morador, ainda abalado. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou a abertura de investigação, mas já soltou aquele discurso padrão sobre "atos isolados". Sabe como é.
O que as imagens mostram (e o que escondem)
Nos frames que vazaram, dá pra ver:
- O suspeito, vestindo bermuda e camiseta, ajoelhado entre dois policiais
- O momento exato em que um dos PMs saca a arma e atira
- A reação de choque até mesmo de outros agentes no local
Curiosamente — ou não —, a corporação alega que as imagens "não contam toda a história". Mas e daí? Até quando histórias como essa vão se repetir antes de virarmos a página?
Repercussão e o silêncio que fala mais alto
Enquanto ONGs de direitos humanos já falam em "padrão de violência", a assembleia legislativa prometeu (de novo) criar uma CPI. Já o governador, até agora, só mandou aquele comunicado genérico sobre "apurar com rigor". Na comunidade, o clima é de revolta e medo. "Aqui é sempre assim: entram atirando, deixam corpo e vão embora", desabafa uma líder comunitária, cansada de ver a cena se repetir.
E você, acha que dessa vez vai ser diferente? Ou é só mais um nome pra lista que ninguém quer lembrar?
