Rio em Choque: Dois PMs Executados em Menos de 12 Horas Revelam Crise de Segurança
Dois PMs executados em menos de 12h no Rio

O Rio de Janeiro acordou sob um manto de indignação e luto nesta segunda-feira. E não era para menos – a violência, daquelas que parecem saídas de um roteiro de filme pesado, decidiu cravar suas garras no peito da segurança pública. Dois homens fardados, dois policiais militares, executados de maneira fria e calculista. Tudo em menos de meio dia.

O primeiro caso – que já seria horrível por si só – aconteceu em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Por volta das 19h de domingo, o cabo Leonardo Brito, de 32 anos, estava a caminho de casa. No carro, com a família. Um detalhe que torna tudo ainda mais cruel. De repente, criminosos encapuzados, em dois carros, bloquearam o veículo e simplesmente despejaram balas. Um verdadeiro fuzilamento. O policial não resistiu. A família, em pânico, ficou ilesa fisicamente, mas com marcas que não se apagam.

E enquanto o corpo do cabo Leonardo ainda estava sendo velado, eis que a madrugada de segunda-feira reservava outro capítulo dessa tragédia sem fim. Desta vez, o palco foi a Zona Norte do Rio, no bairro de Cavalcanti. O sargento Cláudio Roberto, 48 anos, um veterano com 25 anos de corporação, foi surpreendido por assaltantes quando chegava em casa, por volta das 5h30 da manhã. Reagiram? Ele tentou, mas foi baleado múltiplas vezes. Morreu no local. O carro dele foi levado – um insulto final àquela vida dedicada.

Um Padrão Aterrador que se Repete

O que mais assusta nessas histórias, para além da brutalidade óbvia, é a semelhança macabra entre elas. Dois PMs. Dois ataques surpresa. Dois homens sendo executados a sangue frio, sem chance de defesa. Isso não é coincidência; é a assinatura de uma guerra que o estado insiste em não vencer.

As investigações, claro, já começaram. A Delegacia de Homicídios de Niterói cuida do caso do cabo, e a DH do Rio Capital investiga a morte do sargento. Fala-se em busca por imagens de câmeras, por testemunhas... o protocolo padrão. Mas a pergunta que fica, ecoando nas ruas e nos bares, é: até quando?

O governador Cláudio Castro já se manifestou. Prometeu empenho total das forças de segurança para prender os responsáveis. Palavras necessárias, é claro, mas que soam um tanto... gastas. A população, especialmente os colegas de farda desses homens, espera por mais do que notas de pesar. Espera por ação. Espera por resultados.

O Rio chora hoje. Chora a perda de dois servidores, dois pais de família, dois profissionais que vestiam a farda com orgulho. E a gente fica aqui se perguntando, com um nó na garganta, quantos mais precisarão morrer para que alguma coisa mude de verdade.