BAURU EM CHOQUE: Seis indiciados por espancamento brutal de fotógrafo que registrava confusão
Bauru: 6 indiciados por agredir fotógrafo em cobertura

Era pra ser mais uma cobertura de rotina. Naquela noite de 14 de agosto, um fotógrafo — vamos chamá-lo de André — foi até o Jardim Redentor, na Zona Leste de Bauru, para registrar uma briga que havia escalado entre um grupo de pessoas. O que ele não podia imaginar é que se tornaria o alvo principal da própria história.

O clima, que já estava pesado, virou uma panela de pressão prestes a explodir. Em vez de apenas documentar a confusão, André se viu no olho do furacão. Indivíduos que participavam da rixa inicial se voltaram contra ele, desferindo uma série de golpes. A agressão foi tão severa que o levou direto para o hospital com múltiplos ferimentos.

Não foi um ataque aleatório, de oportunidade. A Polícia Civil aponta que a motivação foi específica: impedi-lo de fazer o próprio trabalho. Eles não queriam ser fotografados, ponto final. Uma tentativa brutal de censura com os punhos.

Investigação: Peças que se encaixam

O delegado Marcelo Nunes, da 3ª Delegacia de Polícia de Bauru, não mediu esforços. A investigação foi a fundo, colhendo depoimentos e, o mais importante, analisando o material que o próprio fotógrafo conseguiu registrar antes da agressão. As imagens foram cruciais.

O inquérito policial, concluído e enviado à Justiça nesta segunda-feira (2), aponta seis pessoas como suspeitas diretas do espancamento. A justiça agora decide se aceita ou não a denúncia contra eles. Os seis são acusados de participação no crime de lesão corporal — e a história não acaba aqui.

E o que acontece agora?

O caso está nas mãos do Poder Judiciário. Cabe ao Ministério Público analisar as provas coletadas pela polícia e formalizar a acusação, se for o caso. Os suspeitos, então, serão oficialmente notificados e terão que se defender na justiça.

Um detalhe importante: a polícia segue batendo à porta. Acredita-se que mais pessoas estejam envolvidas na agressão, e os investigadores não pretendem fechar o caderno tão cedo. Novos desdobramentos são esperados.

O caso escancara uma realidade dura para os profissionais de imprensa que trabalham na linha de frente, muitas vezes sozinhos. Registrar o fato não deveria ser um convite para a violência. Mas, em Bauru, nesta noite, foi.