Vítima de Água Fervente por Ex-Companheiro Recebe Alta e Enfrenta Longa Recuperação em Casa
Vítima de água fervente por ex recebe alta em SP

Imagine a dor. Não aquela passageira, de um momento ruim qualquer, mas a que se instala na pele, na alma, e teima em não ir embora. Foi exatamente isso que uma mulher de 36 anos, cuja identidade preservamos, teve que encarar depois de um episódio de puro horror.

O ex-companheiro dela, num acesso de fúria que beira o inacreditável, jogou água fervendo diretamente nela. A queimadura foi grave – daquelas que deixam marcas visíveis e outras, muito mais profundas, que ninguém vê. O corpo gritou, a vida dela virou de cabeça para baixo num piscar de olhos.

E agora? Alta médica. Duas palavras que soam como um alívio, mas que na prática significam o início de uma outra batalha, talvez ainda mais difícil. Ela deixou o hospital, sim. Está em casa, no conforto relativo do seu lar, em São José do Rio Preto. Mas a rotina agora é outra: é feita de curativos que doem, de lembranças que assustam e de uma recuperação que vai demandar tempo – muito tempo – e uma força descomunal que, tenho certeza, ela nem sabia que tinha.

O Longo Caminho pela Frente

Os médicos foram claros. As queimaduras de segundo grau nas costas e no braço direito não vão sarar do dia para a noite. É um processo lento, meticuloso e, vamos combinar, dolorido. Ela terá que retornar ao hospital para consultas de acompanhamento. São voltas intermináveis ao mesmo lugar que a lembra da agonia, mas que são necessárias para garantir que a cicatrização aconteça da melhor forma possível.

E o agressor? Ah, o agressor. O homem, de 39 anos, não conseguiu fugir da responsabilidade. A polícia foi ágil e ele foi preso em flagrante, sendo autuado por lesão corporal grave. Agora, ele responde ao processo em liberdade – uma liberdade que, para muitos, parece um privilégio injusto diante da gravidade do que fez.

Um Ataque Premeditado?

Os detalhes que emergiram são de cortar o coração. Testemunhas contaram à polícia que a discussão começou dentro de casa, mas foi para a rua. E foi na rua, perante todos, que a violência explodiu. Ele foi até a residência, encheu uma vasilha com água fervente e, com uma frieza que assusta, despejou sobre a ex-companheira. Não foi um impulso cego; foi um ato calculado, de uma crueldade que é difícil de digerir.

A vítima, é claro, foi levada às pressas para o Hospital de Base, o principal da região. Lá, uma equipe dedicada de profissionais de saúde travou a primeira batalha para salvar sua pele, literalmente, e controlar a dor insuportável.

Ela está em casa agora. O pior momento físico talvez tenha passado, mas o trauma psicológico? Esse é um fantasma que costuma demorar muito mais para ser enfrentado. A sua coragem, no entanto, é notável. Enfrentar a recuperação longe dos olhos dos hospitais, no seu cantinho, com a própria força, é um passo enorme.

Enquanto isso, a Justiça segue seu curso. Lenta, como sempre, mas segue. Todos aguardamos que ela faça o seu papel e que esse caso sirva, de alguma forma, como um alerta para uma sociedade que ainda precisa aprender muito sobre respeito e sobre o real significado de um relacionamento.