
Era uma terça-feira comum em Itapetininga, no interior paulista, até que a rotina da Rua dos Agricultores foi quebrada por uma ação policial que parecia saída de um roteiro de cinema. Aos 32 anos, ele tentava se esconder, mas a justiça – essa sim, implacável – havia cruzado mais de dois mil quilômetros para encontrá-lo.
O alvo? Um homem procurado pela polícia baiana por um crime que chocou a cidade de Itabuna, no sul da Bahia. A acusação é grave, daquelas que deixam a gente sem ar: homicídio qualificado, com uma crueldade que parece não ter limites.
Segundo as investigações, tudo aconteceu no dia 3 de setembro. Uma discussão que começou por ciúmes – sim, aquela velha e perigosa chama da possessão – terminou em tragédia. Ele teria atropelado a vítima, uma mulher de 37 anos, com o próprio carro. Mas não parou por aí. Desceu do veículo e desferiu múltiplas facadas, num ataque de fúria que ceifou uma vida.
A fuga que não deu certo
O suspeito achou que poderia sumir no mapa. Deixou a Bahia pra trás e veio parar em Itapetininga, imaginando que a distância seria sua maior aliada. Engano fatal. A Polícia Civil da Bahia não deu trégua e, em um trabalho conjunto com as forças de São Paulo, localizou seu esconderijo.
A prisão foi tranquila, dizem os agentes. Sem resistência. Mas o clima era pesado – aquele silêncio que só quem presencia uma captura assim consegue entender. Ele agora está à disposição da Justiça, aguardando o decreto de prisão temporária e a inevitável transferência de volta para a Bahia.
Um nome, uma vida
A vítima carregava um nome, uma história. M. S. S., de 37 anos, teve sua vida interrompida brutalmente. O que restou foi a dor de uma família e a pergunta que não cala: até quando as mulheres seguirão sendo alvo de violência mortal?
O caso está sendo tratado como feminicídio. Não foi um acidente, não foi uma fatalidade. Foi um choice consciente, um ato de extrema violência de gênero. E a prisão do suspeito, ainda que a quilômetros de distância, manda uma mensagem clara: a lei alcança.
Agora, o sistema justiceiro se move. O preso deve ser transferido nos próximos dias, e o processo seguirá seu curso. Enquanto isso, em Itabuna, uma comunidade tenta digerir mais um capítulo de horror. E em Itapetininga, a lembrança de que nenhum crime fica impune.