
Os números são de cortar o coração — e o pior: estão subindo. Só no ano passado, os casos de perseguição contra mulheres no Brasil deram um salto de 18%, segundo levantamentos recentes. E olha que a gente sabe: a realidade pode ser ainda pior, já que muita gente nem chega a denunciar.
Pra você ter ideia, é como se a cada hora, em algum canto do país, uma mulher estivesse sendo encurralada por um ex, um obsessivo ou um completo desconhecido. Aquele frio na espinha, o medo de sair na rua, a sensação de estar sendo vigiada... Tudo isso virou rotina pra muita gente.
O que os números não contam
Os especialistas — aqueles que vivem com a mão na massa — falam em "epidemia silenciosa". A delegada Ana Paula (nome fictício), que trabalha há 15 anos com vítimas de violência, solta o verbo: "A gente recebe relatos de mulheres que mudam de cidade, de número, de vida... e mesmo assim o cara aparece do nada. É desesperador."
E não é só o clássico ex-namorado não. Tem de tudo:
- Colegas de trabalho que não aceitam um "não"
- Vizinhos que transformam admiração em obsessão
- Até desconhecidos que seguem mulheres nas redes e depois na vida real
Lei do Stalking: ajuda ou enfeite?
A tal Lei 14.132/21 — que criminaliza a perseguição — completou três anos e... bem, digamos que tá longe de ser perfeita. Na teoria, é avanço. Na prática? Muitas vítimas ainda esbarram em delegacias despreparadas ou ouvem aquele velho "mas ele só mandou 50 mensagens, não fez nada demais".
E tem mais: os aplicativos de mensagem viraram terra sem lei. Print de conversa some, mensagem some, áudio some... e a prova some junto. Conveniente, não?
Como se proteger?
Se tem uma coisa que os especialistas martelam é: documente TUDO. Mensagem? Print. Presente estranho na porta? Foto. Carro parado na frente de casa? Vídeo. Parece exagero até o dia em que não é.
Outras dicas que podem fazer a diferença:
- Conte pra alguém de confiança — isolamento é o que o perseguidor quer
- Mude rotinas sempre que possível
- Se sentir risco imediato, 190 sem pensar duas vezes
No fim das contas, o que mais assusta não é só o número crescente. É saber que por trás de cada porcentagem tem uma história — muitas vezes silenciada. E enquanto a gente discute isso, alguma mulher por aí tá checando a maçaneta pela terceira vez antes de dormir...