
A coisa toda aconteceu de um jeito que ninguém esperava — a vítima, baleada, com dor latejante e sangue escorrendo, ainda teve forças pra fazer o que muita gente não consegue: denunciar. E olha que não foi fácil, viu? O cara, que devia achar que tinha saído impune, agora tá atrás das grades.
Segundo os policiais — e acredite, esses homens e mulheres tão cansados de ver caso assim — o suspeito foi preso numa operação rápida na região sul do Piauí. A vítima, uma jovem que prefere não ter o nome divulgado (e quem pode culpá-la?), contou tudo com detalhes que dão arrepio. Ela sobreviveu por pouco. Muito pouco.
"Ele disse que eu não ia escapar"
Não é exagero dizer que ela driblou a morte. A bala podia ter acertado um lugar pior, o socorro podia ter demorado mais... Mas não. "Quando ele atirou, gritou que eu não ia escapar dessa vez", relatou a moça, ainda com voz trêmula, no hospital. Dá pra imaginar? O medo, a adrenalina, a decisão de não se calar.
A polícia — que tá sobrecarregada, como sempre — correu contra o tempo. Pegaram as pistas, rastrearam o celular (sim, esses aparelhos que a gente tanto critica mas que salvam vidas), e fecharam o cerco. O cara nem teve tempo de sumir no mato, como tanto fazem por ali.
Os números que ninguém quer bater
Enquanto isso, nos gabinetes, os políticos discutem projetos contra violência doméstica. Enquanto isso, nas delegacias, as fichas se acumulam. O Piauí, como outros estados do Nordeste, vive esse paradoxo: terra de gente acolhedora, mas com índices de feminicídio que envergonham.
O delegado responsável — um sujeito que já viu de tudo nessa vida — soltou uma frase que diz muito: "Cada caso desses é uma falha nossa, como sociedade". E não é que ele tem razão?
Agora o acusado vai responder pelo crime. A vítima tenta reconstruir a vida. E a gente fica aqui, torcendo pra que — quem sabe — dessa vez a justiça seja rápida. Porque ela merece. Todas merecem.