Caso chocante em Maricá: Prisão de PM acusado de matar esposa é convertida em preventiva
PM preso: prisão convertida por morte da esposa em Maricá

Era para ser uma terça-feira comum em Maricá, mas o que aconteceu no dia 16 de setembro vai ecoar por muito tempo na memória da cidade. Um sargento da Polícia Militar – aquele que deveria proteger – agora responde nas barras da justiça pela morte da própria esposa. Sim, você leu direito.

A prisão temporária dele, que já estava valendo, acabou de virar preventiva. Isso significa que a coisa é séria, muito séria mesmo. O juiz Marcelo da Silva Rubioli, da 2ª Vara Criminal de Maricá, não teve dúvidas: convertendo a prisão, mandou um recado claro sobre a gravidade dos fatos.

O que sabemos até agora?

Segundo as investigações, a tragédia aconteceu dentro de casa. A vítima, de 41 anos, teria sido agredida pelo marido – o tal sargento – durante uma discussão que escalou para algo irreversível. A causa da morte? Trauma na cabeça. Um golpe fatal que cortou pela raiz qualquer chance de reconciliação.

O mais estarrecedor: a filha do casal, uma criança de apenas 11 anos, presenciou tudo. Imagina o trauma? Ela foi quem acionou a avó, que por sua vez ligou para a polícia. Quando os agentes chegaram, encontraram o militar ainda no local, tentando reanimar a esposa. Cena dantesca.

As versões e as contradições

O PM alega que foi um acidente. Diz que a mulher escorregou no banheiro e bateu a cabeça. Só que o laudo do IML não colabora com essa história – pelo contrário. As lesões são compatíveis com agressão, não com queda. E aí, hein?

Além disso, testemunhas ouvidas pela polícia contaram que o casal já tinha histórico de brigas. Nada disso surgiu do nada. Uma vizinha, que preferiu não se identificar, disse que ouvia discussões frequentes. "Só não imaginei que fosse terminar assim", lamentou.

O desdobramento jurídico

A Defesa tentou reverter a situação, argumentando que o policial tinha residência fixa e não representaria risco para a investigação. O Ministério Público, no entanto, fez coro com a polícia: a prisão preventiva era necessária para garantir a ordem pública e as investigações.

E o juiz comprou a ideia. Na decisão, destacou a violência do crime e o fato de o acusado ser policial – o que, em tese, aumentaria o dever de cuidado, e não o contrário. Agora, o sargento responde ao processo atrás das grades.

Enquanto isso, a família da vítima tenta reconstruir a vida. A filha do casal está com os avós e recebe acompanhamento psicológico. Uma vida despedaçada por uma explosão de violência que ninguém merece.

O caso joga luz sobre dois problemas graves: a violência doméstica – que não escolhe profissão ou classe social – e a impunidade. Dessa vez, a justiça parece não ter fechado os olhos. Mas é só o começo de um longo caminho.