
Não dá pra fingir que não viu. O Piauí virou palco de um drama que envergonha: em apenas sete dias, 301 mulheres sofreram algum tipo de violência. Isso mesmo, 301 histórias de dor – algumas contadas, outras engolidas em silêncio. A conta não fecha: são quase 50 casos por dia, um número que deixaria qualquer um de cabelo em pé.
Os dados, fresquinhos como um jornal da manhã, mostram um retrato cruel. De agressões físicas a ameaças que cortam como faca, a violência não escolhe CEP. E olha que a gente nem tá falando dos casos que ficam escondidos debaixo do tapete – esses, ninguém sabe contar direito.
O Que Esses Números Escondem?
Detalhe que assusta: a maioria esmagadora das vítimas conhece o agressor. Maridos, namorados, ex-parceiros... gente que devia proteger, mas vira verdugo. E tem mais – os bairros periféricos lideram o ranking, mas não se engane: nos condomínios de luxo, o grito também fica preso entre quatro paredes.
- 47% dos casos: agressão física (aquela que deixa marca)
- 29%: violência psicológica (a que rói por dentro)
- 15%: ameaças que gelam a espinha
- O resto? Coisas que nem deveriam existir
Enquanto isso, as delegacias vivem lotadas – e não é por falta de serviço. O problema? Muitas mulheres ainda tremem na hora de denunciar. Medo, dependência financeira, filhos pra criar... a lista de desculpas que não são desculpas é longa.
E as Autoridades?
O governo do estado garante que tá "trabalhando em políticas", mas cá entre nós – será que isso basta? Enquanto isso, as ONGs viram linha de frente, oferecendo desde abrigo até ajuda jurídica. Mas convenhamos: não deveria ser preciso.
Uma luz no fim do túnel? O número de denúncias pelo 180 subiu como foguete. Sinal de que, aos poucos, o medo tá perdendo pra coragem. Mas ainda é gota no oceano – e o mar tá bravo.