
Ela pediu uma pizza de calabresa com borda recheada, mas o sabor que realmente queria era o da liberdade. Num ato de pura esperteza — daqueles que fazem a gente pensar "por que não imaginei isso antes?" —, uma moradora de Salvador transformou um simples delivery de comida num SOS disfarçado.
Aconteceu na última segunda-feira, por volta das 21h, num bairro residencial da capital baiana. A vítima, que prefere manter o anonimato (e quem poderia culpá-la?), estava encurralada pelo próprio companheiro. O sujeito, digamos, tinha o temperamento mais explosivo que pimenta malagueta.
O golpe de mestre
Enquanto o agressor dormia — provavelmente sonhando com pequenas ditaduras domésticas —, ela pegou o celular dele. Não para fuçar mensagens, mas para salvar a própria pele. Com dedos que deviam tremer feito vara verde, digitou:
- "1 pizza grande de calabresa" (tradução: preciso de ajuda urgente)
- "Sem cebola" (leia-se: ele está armado)
- "Borda recheada catupiry" (código para: não posso falar, ele está aqui)
Genial, não? A pizzaria — que já tinha recebido treinamento da Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) — entendeu o recado. Em vez de mandar um motoboy com comida, despacharam a polícia.
Quando a fome vira metáfora
Os PMs chegaram discretamente, fingindo ser entregadores. O agressor, ainda sonolento, abriu a porta esperando uma caixa de papelão — ganhou algemas de presente. "Foi como ver o último episódio de uma novela das nove", contou um vizinho que preferiu não se identificar.
O caso, que parece roteiro de filme, revela uma triste realidade: muitas mulheres precisam ser tão criativas para sobreviver quanto escritores de suspense. A delegada responsável pelo caso — uma veterana que já viu de tudo — confessou que nunca tinha presenciado algo assim: "É a prova de que o medo aguça o engenho".
Enquanto isso, nas redes sociais, o caso virou discussão. Alguns elogiam a astúcia, outros questionam: por que precisamos inventar códigos secretos para garantir segurança básica? Difícil responder. Mas uma coisa é certa — essa história vai dar o que falar.