
A vida virou de cabeça para baixo num bairro tranquilo de Feira de Santana, e não foi por causa do calorão de sempre. Uma história que começa como tantas outras – dois jovens, um romance, promessas – terminou num tribunal, com uma sentença que ecoou pela sala: treze anos de prisão.
Ela, uma mulher de 23 anos, agora condenada pela Justiça baiana. Ele, Wesley Silva Santos, não viveu para completar 24. Um destino interrompido brutalmente naquele dia 17 de setembro de 2022, data que ninguém esquece.
O motivo? Ciúmes. Aquela chama que às vezes aquece, mas que também pode queimar tudo. Discutiram, e a discussão escalou para algo tenebroso. Ela, dominada por uma fúria cega, pegou uma faca de cozinha. Dois golpes. Dois golpes que mudaram para sempre pelo menos duas famílias.
O Longo Caminho até a Sentença
O processo não foi rápido – a Justiça, sabe como é, tem seu próprio ritmo. Mas finalmente chegou a um veredito. O juiz Fernando José Tourinho Guedes, da 2ª Vara do Júri de Feira de Santana, não teve dúvidas: homicídio qualificado. A tal da «faculdade de matar» do ex-namorado, alegada pela defesa, simplesmente não colou. A violência doméstica, infelizmente, não escolhe gênero.
«A pena base foi fixada em 13 anos», diz a sentença, seca e contundente. Inicialmente presa em flagrante, a acusada respondeu ao processo em liberdade – uma liberdade que agora acaba.
E Agora, o Que Vai Ser Dela?
O regime inicial é fechado. Sem surpresas. A defesa, é claro, já anunciou que vai recorrer. Alegam «legítima defesa» e «violência doméstica praticada pela vítima». O problema é que o Ministério Público apresentou provas, testemunhas… o caso estava bem amarrado.
O que resta é uma pergunta que fica no ar, mais pesada que o calor baiano: até onde pode ir uma paixão que vira ódio? Uma pergunta que, talvez, nem os treze anos de reclusão consigam responder completamente.