
Nesta sexta-feira, o Ministério das Mulheres dá um passo crucial no enfrentamento de um mal que insiste em assombrar lares brasileiros. A nova campanha nacional contra a violência doméstica chega com urgência — e não poderia ser em melhor hora.
"É como tapar o sol com a peneira", diz uma das coordenadoras, referindo-se à dificuldade histórica de combater esse tipo de crime. Mas desta vez, a estratégia parece diferente. Mais agressiva. Mais humana.
O que muda na prática?
Além dos tradicionais canais de denúncia (que, vamos combinar, nem sempre funcionam como deveriam), a campanha traz:
- Uma rede ampliada de atendimento psicológico — porque o trauma não some com um boletim de ocorrência
- Parcerias inéditas com aplicativos de transporte e redes de hotéis para rotas de fuga seguras
- Capacitação de agentes comunitários para identificar sinais de violência antes que seja tarde
E tem mais: os dados mostram que 70% dos casos acontecem nos finais de semana. Por isso, a campanha terá plantões especiais nas delegacias aos sábados e domingos. Algo que, convenhamos, já deveria ser padrão há tempos.
"Não é só um xingamento"
Uma das peças publicitárias mais impactantes mostra uma mulher sendo chamada de "burra" pelo parceiro. O que parece "só uma ofensa" na verdade é o primeiro degrau de uma escada perigosa. A campanha mira justamente nisso — na violência que começa sutil e vai escalando.
"A gente sabe que não adianta só punir. Tem que prevenir, tem que educar", explica a ministra em entrevista exclusiva. E ela tem razão: enquanto ensinarmos meninas a "não provocar" e meninos que "homem não chora", o ciclo não se quebra.
O investimento? R$ 15 milhões só nessa primeira fase. Dinheiro que, se usado direito, pode valer vidas. Muitas vidas.