O caso que chocou a Baixada Santista ganhou contornos ainda mais sombrios nesta terça-feira (16). Aquela história que parecia um acidente trágico — um incêndio doméstico que tirou a vida de uma bebê de 11 meses — revelou-se um crime calculado. E o que dói mais: cometido pela própria irmã mais velha, uma adolescente de apenas 14 anos.
Segundo delegados que acompanham o caso, a menina não apenas confessou o ato como detalhou um planejamento macabro. "Ela estudou como provocar o fogo", contou um investigador que preferiu não se identificar. "Parecia saber exatamente o que estava fazendo."
O peso dos maus-tratos
Durante os interrogatórios, a adolescente — cuja identidade é preservada por ser menor de idade — quebrou. Entre lágrimas, descreveu um cotidiano de agressões físicas pela mãe, que teria usado até cabos de vassoura para espancá-la. "Apanhava quase todo dia", revelou uma fonte próxima ao caso.
Psicólogos alertam: embora explique, não justifica. "A violência gera violência, mas cada caso é único", pondera a Dra. Lúcia Mendes, especialista em traumas infantis. "Algumas crianças se tornam agressoras, outras desenvolvem depressão profunda."
Os detalhes do crime
Naquela tarde fatídica, enquanto a mãe saía para comprar pão (sim, algo tão banal), a adolescente colocou em prática seu plano:
- Usou álcool para acelerar as chamas
- Fechou a porta do quarto onde a irmã dormia
- Assistiu ao fogo se alastrar antes de fugir
Os bombeiros chegaram rápido, mas tarde demais para a pequena. O apartamento no bairro do Gonzaga virou cenário de uma tragédia anunciada — e silenciada por anos de violência doméstica.
E agora? A Vara da Infância e Juventude assumiu o caso, enquanto a mãe enfrenta investigação por maus-tratos. Já a adolescente... Bem, essa história ainda vai render muitos capítulos na Justiça.
