
O primeiro semestre de 2025 pintou um retrato sombrio – e urgentíssimo – sobre a realidade das mulheres no Maranhão. Os números são de cortar o coração: a Justiça estadual concedeu nada menos que 13.074 medidas protetivas entre janeiro e junho.
Isso mesmo, você não leu errado. Treze mil e setenta e quatro. Um número que, convenhamos, dá até vertigem. Cada um desses papéis representa uma vida, uma história de medo, e finalmente, um grito por socorro atendido.
Os Números que Ninguém Queria Ver
Os dados, compilados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostram que o estado está numa corrida contra o relógio – e contra a violência. A gente até tenta racionalizar, mas no fundo sabe: cada caso é um universo de dor.
E olha, não é pouco não. A quantidade é tão significativa que faz a gente pensar no que está acontecendo dentro das casas maranhenses. Será que a pandemia deixou um legado de tensão? Ou as mulheres finalmente estão encontrando coragem para denunciar?
Um Aumento que Preocupa e, Paradoxalmente, Esperança
Aqui vai um ponto crucial: um número alto de medidas protetivas pode significar duas coisas. A primeira, óbvio, é que a violência está assustadoramente presente. A segunda – e talvez uma fagulha de luz – é que o sistema está funcionando. As mulheres estão buscando ajuda. E a Justiça está atendendo.
Não é simples assim, eu sei. A burocracia ainda assusta, o medo de revolta do agressor é real. Mas esses 13 mil pedidos aceitos mostram que alguma engrenagem está se movendo. Devagar? Sem dúvida. Mas está.
O Que Isso Representa no Dia a Dia?
Para quem nunca precisou, uma medida protetiva parece só um documento. Mas não é. É a permissão para trocar a fechadura. É a ordem para ele se afastar 200 metros. É a garantia de que, se ele descumprir, vai direto para a cadeia. É, literalmente, um salva-vidas.
O Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) virou uma espécie de pronto-socorro jurídico. E isso é, ao mesmo tempo, trágico e necessário. Eles estão na linha de frente de uma guerra silenciosa que a gente só vê quando vira notícia de crime bárbaro.
No fim das contas, esses números do CNJ são mais do que estatística. São um termômetro social. Mostram a ferida aberta da desigualdade de gênero, do machismo que ainda mata. Mas também mostram resistência. Mostram que cada vez mais mulheres estão escolhendo viver.
O caminho ainda é longo, né? Enquanto precisarmos contar medidas protetivas aos milhares, significa que falhamos em algo básico: garantir o direito de uma mulher a não ser espancada dentro da própria casa. Mas por enquanto, é o mecanismo que temos. E saber que 13 mil vezes ele foi acionado... bem, é de deixar a gente pensativo o dia todo.