
Foi aquilo que ninguém esperava ver numa tarde comum de sexta-feira, aqui mesmo na capital mineira. A vizinhança toda em polvorosa — e com razão. Uma mulher, de 24 anos, acabou detida pela Polícia Militar depois de ser filmada agredindo a filha, uma menina frágil de apenas dois anos. A cena, de cortar o coração, acontecia dentro do apartamento onde moravam, no bairro Goiânia, região Nordeste de BH.
Não deu outra: quem ouviu os gritos da pequena não hesitou. Alguém pegou o celular e registrou tudo. A imagem é forte, difícil de assistir. Mostra a mãe, irritadíssima, dando tapas no rosto e nas costas da criança, que chorava sem parar. Uma crueldade inexplicável.
Pouco depois, a PM chegou ao local. A mulher, é claro, tentou negar. Disse que só estava "brincando" com a menina. Brincando?! Sério mesmo? Os policiais, experientes, não caíram na conversa. Acharam marcas vermelhas no corpo da criança — bem visíveis, inclusive. Na hora, a pequena foi levada para atendimento médico. A mãe, direto para a delegacia.
O caso agora está sob a responsabilidade da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca). Lá, a jovem vai responder por maus-tratos. E não é pouco: o crime é grave, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena? Pode chegar a quatro longos anos de detenção.
Enquanto isso, a menina foi colocada sob os cuidados do Conselho Tutelar. Vai ficar bem, longe de qualquer ameaça. A avó, que também mora no mesmo prédio, já foi acionada e deve assumir a guarda — uma luz no fim desse túnel sombrio.
Casos assim doem na alma. Reviram o estômago. Mostram como, às vezes, o perigo mora mesmo ao lado. Mas também provam uma coisa: a vizinhança unida é capaz de fazer a diferença. De salvar uma vida. De cortar o mal pela raiz.